terça-feira, 11 de maio de 2010

ULTRAÍSMO

Lá na terra árida há uma linda gente,
Que se enleva com a sua desgraça; 
Exulta o rude, que a magoa na praça 
Zombando da dor que omissa sente. 

Tolhida, infausta, a linda gente passa 
Os séculos da vida, a tudo indiferente, 
Mendigando restos da ceia excludente 
Que alimenta a sanha da ilustre massa. 

Acuado e humilhada no seu domínio 
Faz do peito sofrido um mero escrínio 
De livre esperança num ideal novo, 

Mas, quando das cinzas, ressurgir a lei 
Fará justiça ao beijo que traiu o Rei 
julgará o lábio que enganou o povo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário