sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

O PENSAR EM MOVIMENTO


É provável? O êxito da vontade do homem fraco está fixo no núcleo da sua coragem, contudo, a coragem do homem fraco repousa solenemente no repositório de sua gentil indolência.

A VONTADE SUPERIOR

Valores controversos! Com sentimento aleivoso, o iroso se indispõe sem compaixão com as escolhas alheias, mas exige o império das suas! E quanto aos aspectos intrínsecos da dignidade, alardeia tamanha superioridade – em sua nacionalidade vestal! E até insiste em reconhecê-la como a única base da estrutura fundamental à família, negando-se com efeito a empenhar-se para dar legitimidade à sociedade plural em seu tempo. De modo que a sua participação espiritual promove a infelicidade enlevada, que movem espíritos pueris a se confundir como impulso altruísta de suavidade! No entanto, ninguém comemora um NÃO, mas rir-se do SIM passivamente!

O TROCISTA E O INCRÉU

Inconvenientes? O caçoísta, assim como o herege, tem memória imprudente, característica insalubre, irreflexão conata, própria, todavia, contrárias são apenas em relação as suas narrativas: o primeiro carrega sobre si a derrião, a invectiva humilhante; o segundo um falaz heterodoxo, que insistentemente se opõe às ideias escoradas em fundamentos corrente, para exaltar as suas alogias reacionárias e sem solidez nos argumentos (de sua escolha), então, arvora-se opulento nas razões conduzidas pelo espírito incôngruos.

SE FOR POSSÍVEL

Não alimente ainda mais com a sua peçonha alucinógena congênita o infeliz, nem o estimule ruminar a acidez da ingratidão semostradeira, não seja mestre do mal, acepilhe o espírito no laboratório do bem, para assim fluir um guia fecundo à construção da paz.

O NATIVISTA

Quantos incivis se alçaram

À fama de jingoistas

Vomitando estolidez,

Teses de cunho extremistas

Enodoando o bom senso

Com alogias fascistas?

A QUESTÃO

A fome não acaba a fome;

A mágoa não acaba a dor;

O pranto não acaba o pranto;

O ódio não acaba o rancor;

O riso não acaba o riso;

Tudo depende do amor.

A IGUALDADE DA LEI

Há poucas terras para os espertos

Escassas sombras, rudes desertos,

Reis soberbos, fâmulos famintos.

A lei aplica-se a lei à maioria

Na lei às benesses à minoria,

Moral venal, direitos extintos.

Num quadro da ordem imperativa

Imagem morta de gente viva

Na favela dos homens distintos!

A IGUALDADE DA JUSTIÇA

Apesar de próximos, são estintos,

Em meio a módulos, labirintos,

De choças vivas, sufrágios válidos,

Que empodera a estirpe medonha

A impor a ordem infame que sonha

O cosmo dos desejos esquálidos

Estalado no vão do descuido

Do modesto há muito extorquido

Pelos brilhantes cidadãos cálidos.

DESGOVERNO

A ordem omissa em governos pálidos

Incapazes, lânguidos inválidos,

Exaure-se em si por inação.

Colga rindo a moral da república

Satirizando a verdade pública

Com escárnio fútil, danação,

De origens exordiais anárquicas

Nodoando as regras hierárquicas

Bases dos poderes da nação.

FALSA REALIDADE

Quando brilha a alienação

Mentes fúfias sem arguição

Expelem falsa realidade,

Engodo à coorte de venosos,

Que exalam estertores raivosos

Padrões atrozes d’antiguidade,

Formação social incomum

Que feri o século vinte um

Com a lança fatal da maldade!


No campo foi-se a simplicidade

Viver nas ruelas da cidade

Confinada a espera da morte!

Direita e esquerda, desdenhado

Humanos objetos definhando

A vida nos cavoucos da sorte,

Enquanto, a impostura prospera

A indignidade da massa gera

Um País sem imagem nem porte!


quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

MOTE: ESSE MUNDO MEU DEUS, EU NÃO ACEITO/NÃO A VÓS, MAS RECUSO A CRIAÇÃO!


Oh! Meu Deus, eu não posso acatar

As graças afáveis à maldade

Nem os dons fitos à crueldade,

Que os boçais tentam exaltar

Pelas ruas, nos campos no altar

Da negrura da má inclinação

Do deus parvo de cuja abjeção

Nasceu nos porões do desrespeito:

Esse mundo meu Deus, eu não aceito,

Não a Vós, mas recuso a criação


Os néscios engordam suas mentes

Nos cochos de sórdidas mentiras

Cravejadas de fúteis safiras

Expostas em vitrines latentes.

Sob o véu de forças decadentes

Distorcem a imagem da Nação,

Forjando dolosa projeção

A quem sempre fizera o malfeito:

Esse mundo meu Deus, eu não aceito,

Não a Vós, mas recuso a criação.


Quando a Lei se aclima sob a lama,

O País inteiro se rende ao lodo,

Embustice motivando engodo,

Ultraje, desassossego, drama.

A virtude desonrada clama

Tutela à tensa desolação,

Que retesa o povo à aflição

E nega-lhe a norma do direito:

Esse mundo meu Deus, eu não aceito.

Não a Vós, mas recuso a criação.


A Lei não anda, não come, não sonha!

Dorme sem agasalho, não acorda

Para muitos – porém, estica a corda

Para poucos fagueira risonha!

Em suas artes se faz medonha

Nos hiatos da interpretação,

Que se perde em meio à indução

D’um direito legal liquefeito

Esse mundo meu Deus, eu não aceito.

Não a Vós, mas recuso a criação.


MOTE: QUEM NA VIDA NÃO TEVE AMIZADES/JAMAIS SERÁ CAUSA DE LEMBRANÇAS


A vida o quadro, o viver uma arte

Pintado em airosas cores vivas

Gestos nobres, entregas altivas,

Amor ao próximo sem descarte

Posições gentis por toda parte

Gentilezas, ações nas andanças

Pregando o conceito de mudanças

Considerando as adversidades

Quem na vida não teve amizades,

Jamais será causa de lembranças.


E, se por questões ideológicas

Nascerem concussões, diferenças,

Invectivas morais desavenças,

Influencias ferais psicológicas

Ou (puras) razões sociológicas

Nutridas de repulsas cobranças,

Factoides, negações esquivanças,

Nuances de vãs frivolidades:

Quem na vida não teve amizades

Jamais será causa de lembranças.


São talvez enganos cometidos

Ou quem sabe desvios de empatia,

Adquiridos por falsa ousadia

Sem que os dons sejam bem aferidos

Tais falhas já não fazem sentidos

Pois ferem as boas venturanças

Encorajando ódio, desesperanças

Concedendo espaços às vaidades:

Quem na vida não teve amizades

Jamais será causa de lembranças.


Esse mundo meu Deus, eu não aceito!

Vejo-o como mísero prosterno

De joelhos aos donos do inferno

Humanos que fogem do respeito.

Indolentes seres sem conceito,

Que se mostram como lideranças

Das rapinas, ardis e lambanças,

Instrumentos das iniquidades:

Quem na vida não teve amizades

Jamais será causa de lembranças.


VERSOS X VERSOS


O NATIVISTA

Quantos incivis se alçaram

À fama de jingoistas

Vomitando estolidez,

Teses de cunho extremistas

Enodoando o bom senso

Com alogias fascistas?

A QUESTÃO

A fome não acaba a fome;

A mágoa não acaba a dor;

O pranto não acaba o pranto;

O ódio não acaba o rancor;

O riso não acaba o riso;

Tudo depende do amor.

A IGUALDADE DA LEI

Há poucas terras para os espertos

Escassas sombras, rudes desertos,

Reis soberbos, fâmulos famintos.

A lei aplica-se a lei à maioria

Na lei às benesses à minoria,

Moral venal, direitos extintos.

Num quadro da ordem imperativa

Imagem morta de gente viva

Na favela dos homens distintos!

A IGUALDADE DA JUSTIÇA

Apesar de próximos, são estintos,

Em meio a módulos, labirintos,

De choças vivas, sufrágios válidos,

Que empodera a estirpe medonha

A impor a ordem infame que sonha

O cosmo dos desejos esquálidos

Estalado no vão do descuido

Do modesto há muito extorquido

Pelos brilhantes cidadãos cálidos.

DESGOVERNO

A ordem omissa em governos pálidos

Incapazes, lânguidos inválidos,

Exaure-se em si por inação.

Colga rindo a moral da república

Satirizando a verdade pública

Com escárnio fútil, danação,

De origens exordiais anárquicas

Nodoando as regras hierárquicas

Bases dos poderes da nação.

FALSA REALIDADE

Quando brilha a alienação

Mentes fúfias sem arguição

Expelem falsa realidade,

Engodo à coorte de venosos,

Que exalam estertores raivosos

Padrões atrozes d’antiguidade,

Formação social incomum

Que feri o século vinte um

Com a lança fatal da maldade!


No campo foi-se a simplicidade

Viver nas ruelas da cidade

Confinada a espera da morte!

Direita e esquerda, desdenhado

Humanos objetos definhando

A vida nos cavoucos da sorte,

Enquanto, a impostura prospera

A indignidade da massa gera

Um País sem imagem nem porte!