quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A PRIMAVERA DA IDADE

Maria Marluce de Morais
A primavera, certamente é a mais especial de todas as estações do ano. Creio ser o período em que Deus tira férias no céu e vem à terra para contemplar o esplendor de sua belíssima obra. E para agradar ao Mestre dos mestres, ao Deus dos deuses a natureza santamente torna visíveis as flores de todas as espécies e cores, fortalecendo, portanto, a sentença dos antigos: “a terra é o jardim onde Deus repousa”. Os dias desta estação são mais longos e calorosos, mesmo assim sopra gentilmente uma brisa suave, convertendo-a na mais sublime das estações. E foi assim, nesse cenário multicor que na primavera de 1941, precisamente no dia 3 de dezembro, nascia na fazenda santa fé, município de São Mamede, na filha das Neves, sem luzes para não ofuscar-lhe o brilho, a primeira estrela vésper do vaqueiro, que logo se tornaria uma constelação no céu de Amaro Bento de Morais e de Severina Lucena de Morais. Essa estrela trazia na pele o albor primoroso das nuvens, a maciez e o brilho cintilante da seda, a suavidade diva dos anjos.
Levada a pia batismal a pequena recebe o nome de “Maria”, como justa homenagem a Senhora do amor, a Esposa de Deus, a Mãe de Jesus. Reconhecido o prenome “Maria” diante de Deus e dos homens, acrescentam-lhe ainda um segundo o de “Marluce” para depois finalmente, adotar o de família “Morais”. A pequena de sorriso fácil medra livre como um arroio cristalino entre dois montes sob o sol causticante do sertão rude e áspero. Contudo, nesse contraste surreal entre o feio e o belo, o primitivo e o tosco; fluiu para o esplendor da vida e a glória de Deus, Maria Marluce de Morais. A sertanejinha criada no meio rústico, fadadas as agruras de uma terra quase selvagem, alcança prodigiosamente a benevolência da natureza. E como dádiva a mãe de todos, conserva na florzinha matuta linhas profundas e simétricas da beleza européia e o pendor sereno dos caboclos do sertão. Com um olhar bem detido, podemos perceber que lhe aflora do rosto bem delineado traços aristocráticos, e fundindo-se a estes, nas atitudes de criança, embora de forma involuntária, por assim dizer, modos inerentes a nobreza.
E foi nesse mundo real e quase imaginário, onde a razão e o amor, por motivos diversos estraçalham impiedosamente vidas e sonhos, projetos e ilusões; mas que por designo da força criadora dos seres: você nasceu cresceu e vive, como uma deusa que descobriu o elixir da longevidade e o conservante da beleza, a estrela vésper do vaqueiro da fazenda santa fé, Maria Marluce de Morais.
Aqui vão os parabéns de todos os seus irmãos e irmãs e a benção santa de Amaro Bento de Morais e de Severina Lucena de Morais.