quarta-feira, 1 de novembro de 2023

MOTE/ A ALMA ÁRIDA SUSCITA TEMPESTADE/MAS NO CORAÇÃO FELIZ REINA A PAZ.

Não violentes tua consciência

Porque ela é o juiz da tua justiça,

Cuides conter a fome da cobiça

Para conservares tua existência;

Assim não mudes jamais tua essência

Nem queiras ser o desejo audaz

Que vivifica a pequenez mordaz

Nodoando a candura da verdade:

A alma árida suscita tempestade,

Mas no coração feliz reina a paz.


Não tentes tu, ó estulto, a tua vida,

Sê fiel a ti mesmo, benção e luz,

Como fonte sublime que reluz

À imagem Divina na Cruz ferida

Sob o peso da pena carcomida

Pela blasfêmia que o ódio tenaz

Age sonso de forma perspicaz

Ignorando a força da caridade:

A alma árida suscita tempestade,

Mas no coração feliz reina a paz.


Alimentas em vão o teu ego indigente

Para teres somente os teus valores,

Que os consideras divinos fulgores

Poluindo a tua mente infringente.

Ao ponto de seres tu inconsequente

Criatura para o mundo incapaz

De conhecer a ledice que apraz

A certeza sublime da bondade:

A alma árida suscita tempestade,

Mas no coração feliz reina a paz.


Quando o pudor ferir os teus sentidos

Haverá polidez em tua mente,

Para que te tornes boa semente

À colheita de homens pervertidos,

Os quais, de vilezas acometidos

Por atos que seu íntimo se compraz

Estupidamentemente feraz

Causando desalinho à realidade

A alma árida suscita tempestade,

Mas no coração feliz reina a paz.