quarta-feira, 11 de outubro de 2023

A PERVERSÃO DA HIEROFANIA

Aquele que tem do povo

O poder por anuência

Deveria ter a essência

E prazer de homem novo,

Sem se tornar um mainovo

Nem se sentir elevado

Ou se seduzir sagrado

Aceitando “sacrifício”

Criando espaço propício

Para então ser revelado.


Não se adapta a princípios

Que norteiam a razão,

Mas procura dar vazão

Aos despertarem profícios

Sem enxergar malefícios

Expressa rudes conceitos,

Finge esquecer os preceitos

Aceitos como verdade

Vive ao largo da bondade

E até lhe falta o respeito.


Trai convicto a observância

De quem o fez confiável

E de forma miserável

Prefere a intolerância.

Inclina-se à arrogância

Como se tangesse touros

Pra que nos anos vindouros

Reine o viço da mordaça

Do domínio da desgraça

Para os dias de desdouros.


Enaltece a tirania

Sem encontrar empecilhos

Até confere aos seus filhos

Os dotes da vilania.

Cuida a hierofania

Julgando-se divindade

Mas não ver a insanidade

Dom de sua natureza

Viver a plena torpeza

Pra morrer na eternidade.