O dia era 12 de maio do ano de 1912, século passado, quando a
freguesia de São José do Egito, no estado de Pernambuco, recebeu a noticia que
no sítio Queimadas havia nascido um menino. O fato poderia até ser normal sem
relevância, mas não o e. Pois um oráculo das Escrituras Sagradas dos Cantadores(ESC) já havia num passado antigo anunciado que um broto deveria nascer numa terra muito
distante, lá nos confins do ocidente. Esse ramo seria chamado João Batista de
Siqueira, porém só se tornaria conhecido como “Cancão” ou a joia do Pajeú. Nesse
dia por obra e graça dos deuses do esplêndido, Bragi pôde enfim, num belíssimo
recital poético gritar: Cancão nasceeeeeu! O grito ecoou pelos reinos da terra
como o ribombar de um trovão, os campanários das velhas catedrais repicavam num
badalar solene, os céus riam o riso dos anjos felizes, as estrelas emocionadas
derramavam o brilho luzente de um prateado celeste, gaia, a velha deusa, emocionada
chorava as lágrimas de uma mãe feliz, o coral universal de pássaros
multicantores, acompanhado pela orquestra do olimpo, regida por Apolo, executou
a ópera “manifestação Popular”, do maestro povo, que conta a história do
sertão. Então, o menino que por alcunha tornou-se pássaro, e por força do
desconhecido encontrou-se com as delicias da mulher fatal, a poesia popular,
cresceu sob os cuidados das ninfas que habitavam as margens do Rio Pajeú. O
Pássaro das cores desiguais, Cancão, cantou nos seus versos as dores do mundo porque foram as dores do mundo que o magoaram profundamente, tornando-o único, só
em si mesmo. Cancão era um pássaro de voou leve que amava as maravilhas da
natureza, sondava a imensidão de Deus e a pequenez dos homens, e para
imortalizá-lo bastavam-lhe os dois maiores poemas que tive a felicidade de
lê-los: A CASA DO ÉBRIO E SONHO DE SABIÁ.
terça-feira, 22 de maio de 2012
FEITO UM BEIJA FLOR - XOTEADO
Meu coração
Tá se definhando dentro do meu peito
Tá quase uma peínha, tá daquele jeito,
Carente de amor e pobre de paixão...
Vivendo só
Passa dia e noite sem ter um destino
Feito passarinho nas mãos de menino
Sofrendo e sem ter chance de poder voar...
Mas vai passar
Espero a chegada da felicidade
As flores voltarão à realidade
Na nova primavera do meu coração
Quero viver
A partir de agora feito um beija-flor
Voando e beijando cheio de amor
Assim vou esperar a próxima estação...
Pra ser feliz
E sem você por perto vai ser bem melhor
A vida cobra caro e pode ser pior
Quando a arrogância esquece a paixão.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
A BELEZA PRECISA DE PADRÃO
As normas ou regras são na realidade, instrumentos
estabelecidos por métodos disfarçados para determinar padrão de comportamento
social, os quais geralmente atendem aos interesses de uma minoria ávida por
lucro. Exemplos se espalham por ágoras afora: tudo deve estar na moda para que
aja badalação e glamour, cantilenas que as mulheres gostam tanto de ouvir. Os
donos desses conceitos superdimensionam ideias básicas com a força da mídia que
evidencia tendência, aponta caminhos, faz diagnósticos comparativos de beleza e
por fim dita: assim vai ser a beleza! Num passado mão distante a beleza foi
gorda, depois se tornou magra e agora tem músculos definidos, prova que ela
também evolui. Nesse meio tudo se transforma para gerar riqueza, a
personalidade, a ética, os costumes, a razão; além, claro, da linguagem específica
que estimula exclusividade e sentimento de compulsividade ao público alvo,
agregando a essa “beleza” idealizada virtudes como sensibilidade, inteligência
e discernimento do belo, como se beleza e virtude fossem algo possíveis de serem encontradas em qualquer esquina.
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