terça-feira, 28 de abril de 2020

O INTRUSO E A REPÚBLICA


Este soneto dedico ao casal Dr. João Eudes e
Dra. Roberta, pela grande consciência  
humana e humildade que tem norteado suas vidas. 


Quando a ganância se une ao desejo
Da Lei inversa à busca do poder,
Nasce a arte da fome do querer
Viver anjo de divino lampejo.

Eis que uma ânsia devora o ser
Que se encanta ante ao festejo
Da súcia que se arde em solfejo
Da canção que o estre de prazer.

Fixa-se casto, um deus brasileiro!
Ícone levantado no deserto
Do homem pascácio justiceiro.

E a Pátria amada do guerreiro
Justificado, fausto, diserto
Descobre na dor o falso obreiro!


João Pessoa – PB, 26 de abril de 2020


Mário Bento de Morais.

  

domingo, 26 de abril de 2020

AO ILUSTRE PROSADOR

ESSE ILUSTRE PROSADOR QUE EU O ESTIMO,
É UM SÍMBOLO NA DEFESA DA CULTURA
 POPULAR AQUI NA MINHA PARAÍBA.
DR. ONALDO QUEIROGA,
MEUS APLAUSOS.




Oh, Meu Deus! Se eu fosse um prosador
Pra sondar da palavra a magia
Tê-la nua sem falsa fantasia
Pra falar de ternura e de amor.

Quem dera ó meu Deus! Essa alegria
Esse sonho distante, esse favor,
Para que descanse em paz essa dor
Que consome toda minha energia!

Porém, sossegas velho coração,
Não vês que sofres por um sonho vão,
Quando da vida tens imenso saldo?

Pois, a palavra ama o varão tenaz,
Mas se a desejas dessa forma assaz,
Leias os livros da verve de Onaldo!

João Pessoa – PB, 24 de abril de 2020

Mário Bento de Morais

  



sábado, 25 de abril de 2020

O VOO DO ROUXINOL



Soneto dedicado ao exímio 
poeta Valdir Teles. 
Expoente astro da poesia popular
do Brasil.


Cortava a vastidão num voo leve
Pelos céus brasileiros, um rouxinol
Trinando pelas biqueiras; crisol
D'alma sã que do verso se susteve.

E quando ao longe surgia o arrebol
Rúbeo intenso, poderoso, breve,
Pelo bico do tordo Deus escreve
A sinfonia do nascer do sol.

Cantava generoso o Nordeste, a arte,
A terra, o recanto do qual fez parte,
Com a fé transcendente d'um faquir.

E agora no empíreo é baluarte,
O verso sua marca, o estandarte
Manifestando o nome de Valdir.


              Mário Bento de Morais

João Pessoa – 23 de abril de 2020








quinta-feira, 23 de abril de 2020

PROCURANDO ENTENDER - ESQUERDA/DIREITA


Eu procuro entender porque é tão mau para uma parte da sociedade defender o pobre, o humilde, o trabalhador. Eu quero muito, mas muito compreender, por que fazer o bem ou querer o bem das pessoas entra em pautas políticas? Acirram ânimos, e logo alguns sábios plantonistas surgem para exalar uma torrente venenosa, rotulando aquele que procura fazer o bem ou estabelecer um ponto de vista próprio nessa tomada de raciocínio, de esquerdista.
Não se pode de forma alguma seguir por esse caminho, é preciso separar as águas, rever os conceitos que foram mal elaborados num passado longínquo, mas que ainda influenciam muito o presente, como um modelo universal único e eterno, sem diferenciar atos, ações e discursos que possam por ventura, em algum momento, sugerir um despertar pujante de uma despolitização de ânimos, mentes e egoísmos, para viver apenas uma harmonia orgânica e saudável com os diversos.  
Nessa tomada, vamos visitar a direita brasileira de 1964, que ainda guarda no seu tecido epitelial o golpe e a ditadura militar, cujo monstro ajudou a instalar no Brasil. Na época, com um discurso elegante e bem articulado os militares cuidaram em afirmar de que se tratava apenas de um golpe preventivo e que aliviadas as tensões tudo voltaria à normalidade. O tal golpe preventivo, durou duas infindáveis décadas, de 1964 a 1985. Gerando insondáveis desmandos: estupro da Democracia, perseguição, tortura, fuzilamento, extermínio de adversários com desaparecimento dos seus corpos, censura a imprensa, ao meio cultural e prática de terrorismo. Tudo isso com o aparato do Estado e pago com o nosso dinheiro dos impostos. Quantos pagaram para serem mortos?

O poeta retratou em versos aqueles 20 anos

Quando o reino formidável
Do arbítrio se instalou
A liberdade quedou
A uma força imensurável.
Era o chicote indomável
Sob o qual muitos morreram
Outros desapareceram
E nada se investigou,
O povo se enganou
Os coronéis não morreram.

Nestas estrofes abaixo o poeta fala do recuo, talvez estratégico e do esforço dos golpistas para fugirem das responsabilidades lhes impostas pela História.

Recuaram por enquanto
Esperando o momento
Para novo movimento
Enrustido noutro manto
E assim para o espanto
O azorrague estalou,
Ninguém quase acreditou
Que os monstros se ergueram,
Os coronéis não morreram
O povo se enganou.

E num esforço tremendo
Pra fugirem dos escombros
Que lhes pesam sobre os ombros
Vão de álibi se valendo,
Até o deus do colendo
Às infâmias se entregou
Feriu a Lei e negou
Justiça aos que sofreram,
Os coronéis não morreram
O povo se enganou.

Nessa direita de 1964, figuram como pais do golpe: os partidos políticos, intelectuais, mídias, latifúndios, empresários, igreja, entidades e cidadãos. Esses ilustres apoiadores de braços cruzados assistiram o famigerado golpe preventivo descambar assustadoramente para barbárie, isto posto, quem não concordasse com os métodos adotados pelos golpistas, era um inimigo em potencial que deveria sem dó ser eliminado para não tolher o espírito da “Revolução”.
Durante o período do tormento civil que fervilhou no Brasil, a boca estreita, os apoiadores ainda proativos do monstro, que o ajudaram a criar, alegavam que a situação fugira do controle a tal ponto de serem até perseguidos pelos filhos da criatura, como aconteceram com as igrejas, entidades e mídias que foram também censuradas. Isso parece uma declaração de culpa ou quiçá uma defesa do pecado cometido, mas nada justifica os meios. A violação da Democracia que estava em gestação no País, fora terrivelmente banida do convívio social.

A ORIGEM DOS TERMOS DIREITA E ESQUERDA NO CONTEXTO DA REVOLUÇÃO FRANCESA

A Revolução Francesa foi um divisor de águas, um fato muito importante que marcou a História. Não havia precedente até então. Ninguém ousava afrontar o poder Absolutista que se compunha de três Estados: Nobreza – considerada o primeiro; Clero – o segundo, e Burguesia – o terceiro. Este último ainda se dividia em alta e baixa burguesia com a inclusão de trabalhadores urbanos e os camponeses.
Porém, foi a partir desse acontecimento ocorrido na França, em 1789, que surgiram modelos políticos, sociais e culturais importantes que logo vieram povoar o continente Europeu, destruindo o velho Regime para sempre. Isto foi provocado porque o terceiro Estado queria legitimidade e representação política, ou seja, queria também protagonismo e não fazer apenas parte de meras formalidades exigidas pela nobreza e o clero.
Então, os membros do Terceiro Estado, buscando uma relação entre o conjunto dos cidadãos que fazia parte da comunidade política nacional, reuniram-se em Assembléia Constituinte, com o propósito de reorientar os destinos do País. E no salão onde a Assembléia constituinte fora instalada, tomaram posse nos assentos dois grupos: do lado esquerdo estavam os exaltados, os próximos a baixa burguesia e aos trabalhadores que tinham como representantes do grupo, os Jacobinos. Do lado direito estavam os moderados, mais conciliadores e com estreita articulação com a nobreza e a alta burguesia, chamados de Girondinos.
E foi assim, em meios as divergências e discussões travadas entre jacobinos “exaltados”, e girondinos, “conciliadores”, que prevaleceu um nível razoável de ordem básica institucional, surgindo daí o principio da ideia de esquerda e direita, que insiste em continuar acessa no debate político desde sempre.

A DOUTRINA DE ESQUERDA

A doutrina política e econômica que conhecemos como socialismo, afirmam alguns, surgiu no final do século XVIII, com o intuito de transformar a sociedade a partir de uma profunda reforma social considerando a distribuição por igual das riquezas e das propriedades. François Noël Babeuf, jornalista Frances, sugeriu na época um paradigma que posteriormente serviu aos movimentos de esquerda que o adotaram como opção política, porém, sem lastro teológico e utópico.
Babeuf nutriu-se das leituras de Rousseau, Mably e Diderot para elaborar suas próprias idéias, as quais tratavam de igualdade e coletivização das terras. Foi, portanto, cuidando da situação de miséria da grande maioria da população do seu País e do seu próprio processo psicológico consciente real – vivência – que ponderou para os primeiros passos do socialismo. No “Manifesto dos Iguais” escreveu Babeuf (1796): “Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertida em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril ficção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: “Calai-vos, miseráveis”! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos vós sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis? Que mais queremos? “Legisladores, governantes, proprietários ricos; é agora a vossa vez de nos escutardes”.

POSIÇÃO POLÍTICA DA DIREITA

Dentro do espírito político, a direita oferece uma compreensão intrínseca, própria, construída com base em quimeras plantadas com justificativas que se fizeram aceitas como ordenação social natural ou dessemelhança social inelutável simplesmente usual ou até interessante. Esse comportamento no espectro político da direita enseja afirmar com base no direito natural ou talvez alicerçado nas lendas ou mitos. No entanto, invocar o direito natural  não embasa nenhuma justificativa plausível nesse sentido. o Legislador do direito natural não institui a exploração, mas a justiça!  

PENSEM!!

Não culpem a democracia em vão. Vigiem-na de dia e de noite sempre. Não descuidem nunca, não vacilem jamais! Embora tenha defeitos, erros e interpretações privadas, a herança dos gregos, ainda é o melhor regime para nele se viver. É o único que privilegia a liberdade! Desconfiem de homens de palavras desconcertantes que nada consertam, quase sempre, nem a si mesmo. De palavras supostamente novas com argumentos velhos, retrógados, antigos demais, gritados aos ouvidos cegos, sem lastros morais nem sustentações filosóficas. São apenas sussurros alucinógenos represados nos labirintos cavernosos da teoria da conspiração. Abominem tais homens porque eles são fraudes renováveis!

No País dos sábios venais, solidários nas causas de fórum íntimo da súcia, os tribunais precisam de um antídoto para combater as toxinas que estão os levando à morte.

Governo que arrecada do povo e não devolve a esse mesmo povo o que arrecadou com justiça social, considere-o uma sanguessuga, um parasita que morrerá, certamente, na eternidade.

Quando as Leis do País passam a ser violentadas para atender interesses escusos de grupos diversos, o cidadão se cala, o direito míngua, juízes se tornam cambistas, tribunais balcões de negócios, a desgraça assume a justiça. Nesse tempo, a garganta da injustiça se alarga, pobres e miseráveis caminham sob o azorrague ardido para se encontrarem com a limpeza sanitária. No entanto, ainda não é o fim!


João Pessoa – PB, 22 de abril de 2020





 Utilizamos varias fontes: 
 leitura de livros didáticos e paradidáticos
jornais, internet, revistas etc 



terça-feira, 14 de abril de 2020

ATIVISTA CULTURAL

Esse texto vai homenagear o grande ativista cultural em São Mamede, Manoel Lucena (color). Ele tem feito um trabalho do aríete moderno, o de abrir espaços às comunidades, incentivando os jovens a buscarem os mistérios de Deus, o conhecimento! O conhecimento tem feito milagres: desmantelou a arrogância dos assoberbados e nivelou as classes. Parabéns Color, você como eu, somos as provas vivas de como o conhecimento tem feito milagres. As nossas origens humildes falam por nós. O Historiador e ativista cultural (você) e o Jornalista e poeta, esse seu admirador, Mário Bento de Morais.    
É de cunho racional dar o merecido valor ao ativista cultural. Essa figura é um agente político de importância fundamental para fazer as coisas se tornarem reais no campo da cultura. Vamos chamá-lo de aríete dos tempos modernos (maquina de guerra que na antiguidade servia para abrir brechas em muralhas ou portões de castelos e povoações fortificadas). É especialista em abrir espaços sociais para que produtores de eventos e ações culturais venham acontecer, ou seja, é o agente que deixa tudo aplainado (campo prático).
Esse aríete moderno, geralmente, tem a responsabilidade legitima de apresentar ao público em geral, o artista, e sua habilidade em relacionar-se com as personagens envolvidas no evento, seja sempre marcada pela aceitabilidade. Outra qualidade que lhe é apontada é sua relativa capacidade de transito em bom nível na área pública e nas organizações não governamentais.
O nosso aríete moderno tem uma personalidade muito complexa. Enxerga distante tem uma visão de 360 graus. Não se atem a lances mínimos, mas atua por inteiro, ás vezes, opinando para tornar possível o ajustamento metodológico ao processo cultural para poder viabilizar o projeto em tela naquele momento.
Com idéias quiméricas, esse idealista vê nas manifestações culturais, o ápice da arte, a glória humana! O que faz quase sempre despojar-se de si mesmo como mentor e condutor no espaço criativo do expansivo urbano, numa solida miscigenação cultural.
O aríete moderno tem um contorno pró-ativo elegante. Age como um trabalhador que conhece todos os setores da empresa, sempre ágil e agregador, bem articulado, busca uma convivência efetiva e atrativa, tentando sempre evitar o isolamento de lugar, área, região, povoado, comunidade e cidade.
É preciso reconhecer quão extraordinário é esse exímio militante cultural, embora mal remunerado e pouco reconhecido, é na verdade o grande agitador das realizações artísticas.   
Quando falei sobre o ativismo cultural, vale lembrar que não deixei de lado outros aspectos que os considero superimportantes ás comunidades, quando aflora a consciência coletiva da necessidade de mudança de comportamento em relação aos problemas da Rua, do Quarteirão, do Bairro, da Cidade, da Região, do Estado, do País e do Mundo. Nós somos a mudança que buscamos para o mundo“, Barack Obama. 
Então, o aríete moderno de São Mamede, Manoel Lucena (color), como disse anteriormente, dentro das suas possibilidades, vem tentando há algum tempo resgatar a nossa gloriosa história com suas investidas em varias áreas:
a) Sociológica (construção da realidade através de análise do passado histórico das sociedades);
b) Filosófica (introdução do conhecimento através do poder da analise racional para formação do homem crítico;
c) Musical – (indução á formação de idéias básicas para despertar a cogniçãofunção psicológica satisfatória na obtenção do conhecimento, o qual se dá por meios de processos que inferem a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem);
d) Teatral – (Estímulos a criatividade da linguagem representativa, focando as manifestações populares com roteiros imaginativos  relevantes nas comunidades, evitando sobremaneira a invasão provocativa da cultura inútil em voga no mundo globalizado, com grande apelo através das mídias sociais).
Outras atividades importantes e muito latentes no espírito do ativista, no entanto, pouco exploradas na região do sertão Nordestino, as quais marcadas pela grande carência desses profissionais, que ás vezes, em muitos casos exerce atividades laborais diversas, limitando expertises e tempo para tratar com a devida atenção essas agendas extremamente vitais, são:
a)     Proteger e utilizar os recursos naturais de forma sustentável;
b)     Respeitar os animais da natureza;
c)     Dizer não á caça;
d)    Protege a vegetação nativa;
e)    Discutir o meio ambiente;
f)    Estabelecer discussão sobre os mananciais (principalmente da bacia hidrográfica do açude novo);
g)   Rediscutir as nossas pinturas rupestres que estão abandonadas.
Portanto, o ativista é uma pessoa que de modo ativo trabalha por uma ou varias causas; já o ativismo é a mudança da realidade por meio de ações e lições praticas.



João Pessoa – PB, 14 de abril de 2020


Mário Bento de Morais