terça-feira, 1 de agosto de 2023

NOTE/A LETARGIA D’UM POVO OPRIMIDO/DAR ACESSO DO TIRANO AO PODER

O tirano só constrói o seu poder

Com a sujeição do povo oprimido,

Tornando-o cada vez mais esquecido

Sem forças que o faça se defender!

Humilhado tenta em vão se esconder

Calar, fugir, desossar-se perder

O ânimo de morrer sem aprender

A forma de vencer sem ser vencido:

A letargia d’um povo oprimido

Dar acesso do tirano ao poder.

 

Dominar e explorar com a anuência

De quem é dever moral resistir

Ou se negar a si mesmo e permitir

Render-se a um tolo com paciência!

Pois, não é bom dar a esse tipo indulgência,

Um velhaco, hediondo outsider,

Que pode tiranizar o esplender

Da mente para um mundo esclarecido: 

A letargia d’um povo oprimido

Dar acesso do tirano ao poder.

 

Esse marau, fora fulcro de estudo.

Hipócrates o definiu covarde,

Efeminado, mísero desarde,

Fardo fétido malvisto queixudo!

Que como o corvo que espreita sisudo,

Mas a presa incauta se deixa arder!

Assim é o xucro que busca ascender

Ao trono para o mal ser consumido:

A letargia d’um povo oprimido

Dar acesso do tirano ao poder.

 

Esse zinho agride a sociedade,

Que alheia às oficinas do diabo,

Fingi ver esse baba de quiabo

Cimentar o trajeto da maldade.

Espalhando dote de divindade

Conduzindo o estulto a propender

Às suas teses sem as contender,

Mas ruminá-las calmo, carcomido:

A letargia d’um povo oprimido

Dar acesso do tirano ao poder.