O tempo, monstro audaz, desagradável.
Lapim soberbo da humanidade,
Que mirra, aos poucos, a venustidade,
Da Criação Perfeita do Insondável.
Misantropo a humana airosidade,
De cuja vida, o cálculo findável,
Tortura o querer ser inolvidável,
Porém, só alguns terão a eternidade!
Como? Póstumos? Sim. Talvez os vícios
Sejam os derradeiros benefícios
Á memória morta e o tempo vivo.
Legado que jamais será seguido
E desse modo viverá esquecido
Nos labirintos frios d'um arquivo.
Mário Bento de Morais