terça-feira, 23 de abril de 2024

SONETO/A MEMÓRIA DO TEMPO

O tempo, monstro audaz, desagradável.

Lapim soberbo da humanidade,

Que mirra, aos poucos, a venustidade,

Da Criação Perfeita do Insondável.


Misantropo a humana airosidade,

De cuja vida, o cálculo findável, 

Tortura o querer ser inolvidável,

Porém, só alguns terão a eternidade!


Como? Póstumos? Sim. Talvez os vícios

Sejam os derradeiros benefícios

Á memória morta e o tempo vivo.


Legado que jamais será seguido

E desse modo viverá esquecido

Nos labirintos frios d'um arquivo.


Mário Bento de Morais

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