terça-feira, 31 de dezembro de 2019

FRASES AO PLENILÚNIO


FRASES AO PLENILÚNIO

As vontades daqueles que alugam o poder não podem exceder as Leis e a justiça.

Quando as Leis do País passam a ser violentadas para atender interesses escusos de grupos diversos, o cidadão se cala, o direito míngua, juízes se tornam cambistas, tribunais balcões de negócios, a desgraça assume a justiça. Nesse tempo, a garganta da injustiça se alarga, pobres e miseráveis caminham sob o azorrague ardido para se encontrarem com a limpeza sanitária. No entanto, ainda não é o fim!

No País dos sábios venais, solidários nas causas de fórum íntimo da súcia, os tribunais precisam de um antídoto para combater as toxinas que estão os levando à morte.

Não culpem a democracia em vão. Vigiem-na de dia e de noite sempre. Não descuidem nunca, não vacilem jamais! Embora tenha defeitos, erros e interpretações privadas, a herança dos gregos, ainda é o melhor regime para nele se viver. É o único que privilegia a liberdade! Desconfiem de homens de palavras desconcertantes que nada consertam, quase sempre, nem a si mesmo. De palavras supostamente novas com argumentos velhos, retrógados, antigos demais, gritados aos ouvidos cegos, sem lastros morais nem sustentações filosóficas. São apenas sussurros alucinógenos represados nos labirintos cavernosos da teoria da conspiração. Abominem tais homens porque eles são fraudes renováveis!



segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

FRASES AO PLENILÚNIO


FRASES AO PLENILÚNIO

Governo que arrecada do povo e não devolve a esse mesmo povo o que arrecadou com justiça social, considere-o uma sanguessuga, um parasita que morrerá, certamente, na eternidade.

A elite dominante do Brasil é mais letal do que uma bomba atômica.

Dessilenciar-se é uma arte! Silenciar-se sempre é uma submissão; no entanto, o silêncio sábio é o que educa não o que gera escravos.

Direita e Esquerda – cara e coroa de uma mesma moeda, cujo valor é igual a moral das elites que querem impor suas vontades ao mundo.

Quando a inteligência cede lugar aos caprichos primitivos da mediocridade, a barbárie assume status de justiça, a decadência humana, social e moral ganham privilégios insondáveis.

Diante de um concerto formidável sob a batuta de um tanso que se fez maestro de uma orquestra de vesanos, e juntos, usurparam o mais elementar direito do trabalhador brasileiro, suponho que os ricos deste País entendem que ser pobre é uma lei da natureza.

Entendo que a única Republica verdadeiramente igual é o cemitério.

A vaidade é uma planta formosa, mas bem rasteira. Comumente nada em absoluto produz e basta não ser regada um dia, para perder o vigor e murchar.

Sem o protagonismo do homem não há Historia, sem o homem vivo, a história é outra.

Amoral do arrogante navega em mares contaminados de micróbios grotescos: alguns são os bajuladores que destilam peçonha quando aconselham suas vítimas.

A política brasileira sempre foi à mãe generosa para os ricos e a madrasta impiedosa para os pobres.

O bajulador é um mestre na arte de agradar, estar sempre atento aos pontos sensíveis de suas vítimas para se instalar nas esplêndidas entranhas dos gabinetes das vaidades, adoçando-se nas venalidades dos prestígios.

Mário Bento de Morais







FRASES AO PLENILÚNIO


FRASES AO PLENILÚNIO

A fome da multidão alimenta com as melhores iguarias a mesa da elite.

Há um brilho nos olhos da verdade e uma nevoa no olhar da mentira.

As injustiças sociais têm demandado esforços imensuráveis de profetas, filósofos, escritores, oradores, poetas e sábios: em tempos antigos e modernos, tanto sagrados como profanos, considerando-as nas suas reflexões, como insanas e causadoras da infelicidade da maioria do povo. A primogênita filha dessas injustiças, a ganância – desejo intenso de bens e riquezas tem levado nações e povos a aceitarem um tipo de escravidão disfarçado, chamado de oportunidade.

Geralmente, os pequenos riachos são prenúncios de grandes e belos rios.
Assuntos importantes sempre são irrelevantes quando se caminha de costas para realidade.
A arrogância está para ganância da mesma forma que a guerra está para os possíveis vencedores. Imagine as consequências.
Não vos deixeis que pedras floresçam no vosso caminho.


domingo, 29 de dezembro de 2019

QUEM FALA MAL DO POVO NORDESTINO SÓ QUER VER O BRASIL SER DIVIDIDO


Quem Fala mal  do Povo Nordestino
Só Quer Ver o Brasil Ser Dividido.

Presidente! O senhor não me conhece,
Eu não votei nem conheço o senhor,
Mas se puder conceda-me um favor
Que o Nordeste Brasileiro agradece.
Suas loas a gente não merece
Não ofenda para não ser ofendido
Seu governo estar um barco perdido,
Extraviado no mar perdeu o tino
Quem fala mal do povo Nordestino
Só quer ver o Brasil ser dividido.

O Nordeste e o Brasil são dois países
Quem os uniu foi à santa natureza
E se Deus salvaguardou essa grandeza
É preciso manter as diretrizes
Considerando de ambos as raízes,
Para que a paz seja um elo garantido
Mas, o xucro esse ranço retraído,
Por sede quer mudar esse destino
Quem fala mal  do povo Nordestino
Só quer ver o Brasil ser dividido.

O infausto falastrão não é capaz
Porém, aqui se tornou o presidente,
Marionete da elite insolente,
Súcia asquerosa, infame e voraz,
Já o chama presidente capataz
Limitado, caricato exibido,
Um papalvo falaz mal instruído
Que ainda faz tolices de menino
Quem fala mal do povo Nordestino
Só quer ver o Brasil ser dividido.

Quando um esnobe ascende ao poder
O atraso bate a porta da Nação
Escasseia trabalho, o ganho pão,
Vira artigo de luxo pra se ter
O pequeno para sobreviver
Vai demandar, porém, nunca é atendido,
O de cima lhe nega dar ouvido
Pra não perder a pose de granfino
Quem fala mal  do povo Nordestino
Só quer ver o Brasil ser dividido. 

Com orgulho e com raça sim sinhô,
Paraibano eu sou, fibra excelente!
Sou cipó de aroeira para gente
Que se vê no mundo superior
Sou chicote de relho estalador
Sou pau-ferro de jucá envelhecido
Para o lombo de quem é mal-ouvido
Sou pior que o rancor  de Virgulino
Quem fala mal  do povo Nordestino
Só quer ver o Brasil ser dividido. 


Mário Bento de Morais









domingo, 22 de dezembro de 2019

AS OBRAS DA NATUREZA



“AS OBRAS DA NATUREZA”

ANTONIO UGOLINO NUNES DA COSTA
UGOLINO DO SABUGY ( 1832-1895)




Em nossas árduas garimpagens pelo complexo mundo dos antigos poetas populares do Nordeste Brasileiro, tivemos a sorte de ter encontrado valiosos fragmentos ou talvez a completa obra magistral, “As coisas da Natureza” do primeiro cantador violeiro do Nordeste, Antonio Ugolino Nunes da Costa, o famoso mestre Ugolino do Sabugy. Conta Silvio Romeiro que Antonio Ugolino era conhecedor do Latim, letrado afeiçoado as delícias do idioma pátrio, com convicções visionárias foi o criador do cordel, folheto de feira e do termo cantoria de viola.  
Sobre Antonio Ugolino do Sabugy, temos uma belíssima informação atribuída ao lendário Leandro Gomes de Barros, que se reportou numa sextilha sobre uma festa de casamento de um dos irmãos Garcia, fato ocorrido na região do Seridó, a qual contou com um convidado muito especial para felicitar os noivos, o filho do CAPRICHOSO, a pérola preciosa do Sabugy, o mestre Ugolino do Sabugy. Eis a sextilha atribuída ao fabuloso Leandro Gomes de Barros.  

Estava um rapaz bem loiro,
Poeta novo e letrado,
Com viola de duas bocas;
Num discurso bem rimado:
Era Ugolino do Sabugy,
Felicitando o noivado.

Esta sextilha tornou-se um prova em potencial da capacidade intelectual de  Ugolino do Sabugy. Como disse Silvio Romero, um poeta letrado, afirmação comprovado pela verve do príncipe dos poetas, na avaliação de Drummond, o filho do sitio melancia município de Pombal, o mestre Leandro Gomes de Barros,
Ugolino do Sabugy, contou seu sobrinho, Chagas Batista, possuía um caderno com suas poesias anotadas, mas que por desígnios do destino fora destruído acidentalmente. Todavia, não temos nenhuma informação de como ocorreu esse tal acidente, no entanto, Chagas Batista, disse que o fato se deu depois de um empréstimo desse caderno ao poeta Germano da Lagoa. 
“As Obras da Natureza” legado do extraordinário Ugolino do Sabugy, foram publicadas pela primeira vez por Chagas Batista, seu sobrinho, que também era seu genro, outra edição ocorreu em 1929, por João Martins de Athayde. Já garimpei muito a procura da edição de 1929, mas ainda não consegui encontrar nenhum vestígio.
De modo que, creio ser esta a terceira vez que “As Obras da Natureza” uma cópia suponho do original que se encontrava entre os folhetos de cordéis adquiridos na feira semanal de Patos pelo meu Pai, Amaro Bento de Morais, amante da cultura popular, venha ser publicada.

“As OBRAS DA NATUREZA”
Antonio Ugolino Nunes da Costa

As obras da Natureza
São de tanta perfeição
Que nossa imaginação
Não pinta tanta grandeza,
Para imitar a beleza
Das nuvens com suas cores
Se desmanchando em louvores
De um manto adamascado
O artista com cuidado
Da arte aplica os primores.

Brilham nos prados verdumes
De um tapete aveludo,
Brilha o rochedo escapado
Das penhas seus altos cumes,
Os montes formam tais gumes
Que a gente, os observando.
Vê como se alongando
Sumir-se na imensidade
Nossa visibilidade
Os perde se está olhando.

Correndo a águas se arrastam,
Tornando-se brancalhetes
E mui lindos ramalhetes
De espumas que as águas gastam,
Fugindo logo se afastam
Esses mantos de brilhantes,
Pérolas lindas galantes
Que a cachoeira atrai
Esta, murmurando vai.
Chamando-nos ignorantes.

Grandes cousas se dizia
Só de um bosque se falando,
Mas apenas vou tocando
No que tem mais poesia,
Com a sombra que alivia
A natureza agitada
Ou a relva aveludada
Que posta em duas fileiras
Estende-se nas ribanceiras
Da fonte cristalizada.

De um prado em seu verdume,
Semeando de mil flores
Com suas variadas cores
Exalando seu perfume
Qual o homem que presume
Pintar tamanha grandeza
Pois toda esta beleza
É de Deus, um privativo,
Pois como sábio e ativo
Confiou a natureza.

Impera sobre um penedo
A águia que ali habita
De natureza esquisita
Domina alto rochedo
É ave que não tem medo
Por sua coragem impera,
Desdenha de qualquer fera
Com arroubo desmedido
Atordoa e faz temido
Tudo quanto ali prospera.

De um bosque a solidão
É tocante e faz pasmar,
Ver-se o sabiá cantar
Retumbar como um trovão
Ali o filho de Adão
Conhece o Deus verdadeiro
Por ver correr o luzeiro
Sobre as penhas murmurando
E como a prata espelhando
Na luz do sol o aguaceiro.

Equilibrada se vê
Uma penha sobre outra penha
Sem que qualquer homem tenha
Aprumado sem pender
O seu estado faz crer
E obriga o curioso
Adorar o poderoso
Autor desta maravilha
Que por toda parte brilha
O seu poder glorioso.

O homem fica absorto
Dentro de um bosque embebido
Vendo trancado o tecido
De um pau direito outro torto,
Olha, vê sobre o pau morto,
As alturas admiráveis,
Brincando, saltando as aves,
De galho em galho voando
E ao mesmo tempo cantando
Melodias agradáveis.

E, a lagarta? Vejamos,
Que há pouco foi borboleta
Obra pequena e perfeita
Que há muito admiramos,
Só na Natureza achamos
Tanto esmero e perfeição
Chama o mais sábio atenção
A sua delicadeza
Sem ter peso nem grandeza
Causa-nos admiração.

O cágado tem sobre as costas
Linhas de geometria
E curvas em simetria
Aplicando certas mostras
Paralelas e opostas
Faz um quadro debochado,
Portanto, está demonstrado,
Ser artista a natureza
Os seus feitos de grandeza
Ninguém os igualado.

Minha alma fica abismada
Sobre o solo contemplando
Por ver o mato furando
A terra tão apertada,
A planta mais delicada
Ter força para romper
E a terra obedecer
A tão pequena senhora
Que oferta sem demora
Glória ao senhor do ser.

Das nuvens com suas cores
Variadas pelo sol
E da neve seu lençol
Aplicando seus primores,
Em que Deus com seus louvores
Quis dotar a natureza
Para encher de beleza
E o dia vivificar
Mas, o homem por pecar,
Perde da alma a nobreza.

Olhemos os animais
Que belo quadro oferece,
Com que a Deus agradece
Sendo irracionais,
Criam seus filhinhos iguais
A mãe que raciocina
Acho ser inda mais fina
A sua delicadeza
Só por ser a natureza
Que ativamente a ensina.

Quanto gozo e alegria,
A luz do sol trás á terra,
Ilumina a mais alta serra.
E a densa mata sombria,
Nas horas que tem o dia
Observa-se a beleza
Da artista natureza,
Inesgotável e portento,
Que até o manso vento
Nos mostra sua grandeza.

Pulam as aves de alegria,
De galho em galho voando
E ao mesmo tempo cantando
Ao clarão da luz do dia
E, da noite percudia,
O seu denso e negro manto,
Parece que com espanto,
Vendo o sol, põe-se em fugida,
Deixando as portas da vida
Abertas com seu encanto.

Sopram os ventos tremulando
Nos bosques as arvores frondosas
E as águas ruidosas
Entre as penhas murmurando,
As nuvens se desmanchando
Jorram água cristalina
Que rega vale e campina
Dando-nos real certeza
De crermos que a natureza
É mais que artista, é divina!

Tenho apenas falado
Em alguma maravilha
Não falei da que mais brilha,
As ondas do mar sagrado!
Naquele espaço azulado
Que vemos ao clarão do sol
E da neve em seu lençol
Torna-se ali tão brilhante
Que, ás vezes, é semelhante,
Ás nuvens no arrebol.

Vive sempre enfurecida
A obra da natureza,
Lutando com fortaleza
A terra bem defendida
Aonde a onda atrevida
Perde todo o seu furor,
O encapelado rigor
Perde-se na imensidade,
Obedecendo a vontade
Daquele Imenso Senhor.

Varia de instante em instante
A obra da natureza
Com toda esta presteza
Que me faz tão delirante,
E, ela sempre constante,
Desde que o mundo foi criado
Sempre sem mostrar enfado
Até a data presente,
Sempre mostra diferente
O dia que tem ornado.

Contesto ser protestado
Sem ter medo de censura,
Qual o feito da natura
Que não seja admirado?
O que o homem tem fabricado
Merece ser aplaudido,
Portanto, estou convencido,
Pelo seu pouco saber,
De Deus, o homem pode ser,
Filho e discípulo querido.

Que quadro encantador
Vemos ao romper da aurora
Desde o irracional afora
Tudo louva ao criador
O primeiro resplendor
E do dia vivificante
Para tornar mais galante
O Deus que tudo criou
Sobre a selva espalhou
Do orvalho a gota brilhante.


Fim.