quarta-feira, 27 de outubro de 2010

OS TRÊS CHAMADOS DE JESUS

Eu era ainda um menino quando O vi pela primeira vez; isto se deu numa manhã linda do outono. Ele estava sozinho e feliz.
Ele passou bem ai nessa estrada cantarolando algo que eu não entendi. Somente os pássaros do céu O acompanhavam e O festejavam numa imensa algazarra; e Ele se divertia com os pássaros.
Ele nem percebeu que eu estava à margem da estrada; mas eu O vi passar e não O acompanhei. Adiante Ele se deteve, esperou um pouco, e depois seguiu a sua estrada.
Mais adiante, deteve-se novamente, voltou a sua face para mim e sorriu; e o seu sorriso tinha todos os astros do céu.
Eu já era um rapaz quando O vi pela segunda vez; isto se deu ao meio dia do início do inverno. Ele não estava sozinho, três outros homens O seguiam.
Eles passaram bem ai nessa estrada estavam tristes e preocupados; e falavam em silêncio algo que eu não entendi. Nesse dia os pássaros do céu não os acompanhavam e nem os festejavam, era só silencio, um silêncio ensurdecedor!
Eles nem perceberam que eu estava à margem da estrada; mas eu os vi passar e não os acompanhei. Adiante Eles se detiveram, esperaram um pouco, e depois seguiram a estrada.
Mais adiante, detiveram-se outra vez, acenaram para mim e gritaram aos meus ouvidos. Eu não escutei os seus gritos porque gritavam todos os gritos do mundo! E, os gritos do mundo não me dizem nada.
Eu era um ancião quando O vi pela terceira vez; isto se deu numa tarde da primavera.Uma multidão o acompanhava.
A multidão e Ele passaram bem ai nessa estrada. Ele parecia único, solitário! Olhava para todos e seu olhar expressava pena e compaixão. Ele era vinho novo em velhos barris!
Eles nem perceberam que eu estava à margem da estrada; mas eu os vi passar e não os acompanhei. Adiante Ele se deteve, a multidão também, esperou um pouco, contemplou os céus e chorou as lágrimas do mundo, depois seguiu a estrada.
Mas adiante, deteve-se outra vez, a multidão também; e, Ele estava sozinho no meio dela exausto e esgotado. Depois seguiu a estrada e nunca mais eu o vi. Ontem eu soube que o mataram pregado numa cruz porque tomou os pecados do mundo. Isso aconteceu faz muito tempo.
Eu continuei um velho barril e Jesus um novo e bom vinho!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

EU VI SÃO MAMEDE CHORANDO

Um povo que assassina um passado de glória para viver um presente de submissão, certamente morrerá na eternidade.

 

 Capítulo I


 São Mamede e seu povo.


Oh! Musa filha dos deuses 

Vens tocar meu pensamento, 

Acendes o fogo das rimas 

E despertas o meu talento, 

Para eu narrar nestes versos 

De um povo o sofrimento. 


Vivia esse povo feliz 

Na terra onde nasceu 

Pobre, porém conformado... 

Com o pouco que Deus lhe deu 

Livre como o passarinho 

Que tem por limite o céu.


 A paz reinava entre os lares; 

A honra tinha endereço; 

A jovem flor estimada, 

A mulher digna de apreço, 

O homem rei coroado, 

O menino príncipe de berço. 


 A velhice era divina 

Símbolo de veneração 

Conselheira da juventude 

Guia da educação 

Professora do bom senso 

E mestra da tradição.


 A alegria dominava

Desse povo o coração! 

Tudo era festejado 

Na mais completa união 

Até a paz tinha inveja 

Dessa Santa comunhão. 


Inimigo não havia 

Questão não tinha lugar, 

O ódio sem ter apoio 

Não podia se instalar 

No peito de quem tem Deus 

Como protetor do lar. 


 Amava a natureza 

Com amizade e respeito 

Conhecia, seus limites... 

Impostos pelo direito, 

Era um sólido legalista 

Um espartano perfeito. 


Trabalhava a agricultura 

Principalmente, o algodão... 

Ao lado da pecuária 

O milho, o arroz, o feijão, 

Batata doce de vazante 

Completava a produção. 


Porém, logo o algodão... 

Ganhou espaço e mercado, 

Matéria-prima de tecido 

Com seu preço assegurado 

Virou fonte de riqueza 

Para o empresariado. 


O progresso desse povo

O enchia de esplendor: 

Uma agricultura pujante, 

Um comércio empreendedor 

Mão de obra em abundância 

De surpreendente valor. 


Com essas características 

Desse povo cidadão 

Aliada ao trabalho 

Coragem e abnegação 

Despertaram os empresários 

Da cultura do algodão. 


 Capítulo II 


O início do sonho 


E no ano de 37, 

Deu-se inicio a implantação 

De um complexo industrial 

Para beneficiar algodão 

E no ano de 38, 

Veio a inauguração. 


Justiniano Clemente Guedes 

Descaroçamento e Beneficiamento de Algodão 

Era o nome da empresa 

Que revolucionou o sertão, 

Principalmente em São Mamede 

Onde se deu a realização. 


Extraordinário ser humano 

E um grande empresário, 

Dinâmico empreendedor, 

Solicito visionário... 

Realizador de sonhos 

E transformador de cenário. 


Depois desse grande feito 

De cunho inovador, 

O povo reconheceu 

O extraordinário valor 

Desse homem destemido 

E nobre desbravador.


Com esforço e muita luta 

E a participação do filho, 

Conhecido por Áureo Guedes, 

Pôs a empresa no trilho, 

O lucro veio logo cedo 

Pondo ao sonho novo brilho.


 A noticia do sucesso

Da empresa foi geral,

Varreu o Estado, o País... 

Foi manchete de jornal 

No eixo do centro-sul 

E até internacional. 


O filão foi descoberto 

A corrida começou, 

O ouro branco do sertão 

Interesse despertou, 

Chegaram outras empresas 

E a concorrência reinou. 


 Instalou-se a Araújo Rique 

Beneficiando algodão, 

Sanbra , Clayton , Carioca 

Compravam na região 

Dos pequenos produtores 

Toda sua produção. 


Com o aumento dos negócios 

Veio a implementação 

Da indústria algodoeira 

Daqui do nosso sertão 

Com benesses para uns 

E para outros à exploração. 


Justiniano logo entendeu 

Que sozinho não enfrentaria 

O poderio econômico 

E a pressão que sofria, 

Sem apoio e dinheiro escasso 

E concorrência em demasia. 


A Sanbra ditava o preço 

A Araújo Rique se esforçava; 

A guerra da concorrência 

Era a regra que mandava 

E sem apoio do governo 

Que nada financiava. 


Com a guerra financeira 

Justiniano busca um parceiro, 

Aparece a C.C.P.A. .. 

Com experiência e dinheiro 

E o principio de uma sociedade 

Foi o pensamento primeiro. 


Era o inicio de 41 

Quando a sociedade nasceu 

Numa operação bem sucedida 

Que cada lado cedeu 

Um pouco nas posições 

E a coerência venceu 


 Assim ficou distribuída

 A nova sociedade, 

A C.C.P.A com 90% 

Teria prioridade 

De colocar a gerência 

Conforme a sua vontade.


Os 10% de Justiniano 

Não lhe dava esse direito 

De reivindicar a gerência, 

Porém, o acordo e o conceito... 

Fez de Áureo Guedes, gerente... 

Sóbrio e de muito respeito.


De 41 a 50 

A sociedade durou, 

Foram nove anos de lutas 

Esforço que compensou 

Porém, os planos mudaram... 

E o sonho se acabou. 


 Capítulo III 


O pesadelo 

 

Chega o ano de 51, 

E o fim da sociedade, 

A CARIOCA entra em cena 

E com dinheiro à vontade 

Compra a empresa C.C.P.A 

Mudando a mentalidade.


Os 10% de Justiniano 

Entra na venda legal, 

O empresário deixa São Mamede 

Levando o seu capital 

Para em seguida comprar 

Uma usina em Pombal.

 

Depois da compra a CARIOCA 

Rapidamente se estabeleceu 

Como Companhia Carioca de Algodão 

Foi o nome que recebeu; 

A concorrência diminui 

E o negócio floresceu. 


Com os concorrentes, fora, 

Tratou logo de inovar, 

Tirou as máquinas de serra 

E pôs de rolo em seu lugar

Dando qualidade a fibra 

E melhor beneficiar. 


Logo, logo monopolizou... 

A compra do algodão,

Incentivou a agricultura 

E a economia do sertão, 

Os agricultores festejavam 

O desenvolvimento da região. 


Fibra longa, melhor preço, 

Algodão puro, mocó, 

Sementes selecionadas 

Chamadas de seridó, 

A empresa destacou-se 

Com um produto melhor. 


Passou a impor e dominar 

O comércio de algodão 

Com uma política arrojada 

E grande especulação 

Sufocando as empresas 

Que atuavam na região 


As empresas não suportaram

E perderam a competição, 

A carioca ficou só

 Como dona do filão 

Mas, em vez de melhorar... 

Piorou a situação.


Elitizou-se a empresa 

O povo foi relegado 

Diretores soberbos, 

Agricultor humilhado 

Foi a senha para a queda 

De um sonho desejado. 


O sonho vira pesadelo 

De ostentação e poder, 

Orgulho, imperialismo, 

Escândalo, mentira, lazer... 

A custa de um povo ingênuo 

E condenada a sofrer. 


Sem controle com os gastos, 

Deslizes, enganos, má gestão, 

Benefícios surrealistas 

Pagamentos sem razão 

Orgia com o dinheiro fácil 

E péssima administração.


Essa festa perdurou 

Até a década de setenta 

Quando a saúde da empresa 

Dá sinal que não aquenta 

È o começo de uma crise 

Para o início de oitenta. 


Os anos oitenta trouxeram 

A crise do algodão; 

O continente africano 

Entra na competição 

Barateando os preços 

Com a sua produção. 


Os preços aqui despencaram 

E também a produção; 

Agricultores desiludidos 

Não preparam a plantação 

Preferem à capoeira 

A semear algodão. 


O governo brasileiro 

Sem política de proteção 

Abandona os agricultores 

Em meio à situação 

De uma crise perversa 

Sem um plano de ação. 


Depois de muita pressão 

O governo enfim cedeu 

Formulou política agrícola 

E preço estabeleceu 

Até a produção excedente 

Comprar se comprometeu. 


Mas, sem fôlego financeiro 

A carioca parou 

São Mamede assistiu o drama 

Ninguém se manifestou 

O povo saiu perdendo 

Agricultura chorou. 


O município empobreceu 

O desemprego aumentou 

Crise, fome, êxodo rural, 

Migração, seca, horror, 

Viúvas de maridos vivos 

Foi apenas o que restou. 


Capítulo IV 


A CORSAME 

[

Porém, num lance de sorte 

O governo do Estado 

Sentiu de perto a tragédia 

E quase desesperado 

Recuperou a empresa

Num jogo meio arriscado. 


Foi num leilão em São Paulo 

Que o Estado arrematou, 

A secretaria da agricultura 

Na luta se empenhou 

E agora nas mãos do povo 

A carioca ficou. 


Novo plano se organizou 

Com a cooperativa local 

Formou-se uma parceria 

Conseguiram capital 

Como CORSAME voltou 

Com grande potencial. 


Reativou a agricultura 

A animação chegou, 

O entusiasmo do sertão 

Num instante se elevou

O futuro era brilhante 

Nos planos do agricultor. 


Até um supermercado 

Que não tinha na cidade

Foi aberto pela CORSAME 

Com serviço de qualidade 

Bem sortido e preço justo 

Dentro da realidade. 


Nessa época só a CORSAME 

Tinha um supermercado, 

Abastecia São Mamede, 

O lucro era assegurado 

Sem concorrente cresceu 

Conforme o planejado.

 

Tudo estava dando certo

Com a empresa e a produção 

Mas, do passado se esqueceram... 

E eis o “X” da questão: 

Alguns gênios de antigamente 

Baixaram na administração. 


E ainda trouxeram mais: 

Insignes administradores, 

Especialistas habilidosos, 

Peritos e empreendedores 

Gente do mais fino trato 

Para lidar com agricultores.


Essa turma descobriu rápido 

A utilidade que tem a mão, 

Junto ao povo humilde, 

Hospitaleiro, franco irmão, 

Crédulo, boa fé, presa fácil... 

Para as mentes de plantão. 


Organizada e competente 

A atuante confraria 

Altamente qualificada 

Que de tudo entendia 

Menos de algodão e de povo”, 

Trabalho e cidadania. 


Com o nome de cooperativa 

Para não chamar atenção, 

Atendimento aos sócios 

Ou produtores de algodão 

E a turma do bem-bom 

Postada na administração. 


E a farra veio à tona 

Com mentira e enganação, 

Agricultor desinformado 

E pouca participação, 

Lesado em seus direitos 

Com escárnio e humilhação.


A cooperativa local 

Pouco podia fazer 

Sem forças para atuar 

Junto à cúpula da poder

Imposta pelo Estado, 

Via tudo se perder. 


Até que a CORSAME quebrou 

E logo surgiu um culpado, 

Foi o besouro bicudo 

Dizem que foi importado 

Lá dos Estados Unidos 

Mas tudo está mal contado. 


Outros falam em bicudo gente 

Que São Mamede importou; 

Ou dizem que foi a profecia 

Do Frei que se realizou; 

Até cometam que foi praga 

Que um político jogou. 


O supermercado também quebrou 

E tudo sem explicação, 

Quem ganhou e quem perdeu

É mera especulação 

Mas, falta quem dê a resposta... 

Para essa indagação. 


A massa falida ficou

Presa nos grilhões da história, 

Arrebatada pela ganância 

Sucumbiu antes da glória 

Lutou e nunca venceu 

E morreu para a memória.


Capítulo V 


O Golpe Fatal 


Sem projeto e sem empenho 

Dos políticos e da comunidade,

A CORSAME ficou abandonada 

Exposta ao tempo, a temeridade 

Dos Vândalos amantes do descuido

Filhos importantes da sociedade. 


Como não houve demanda 

E ninguém se manifestou 

Pra resolver o problema 

Da gigante que simbolizou 

Tempo de prosperidade e gloria, 

Sonho, esperança e esplendor.

 

Morrem valores incalculáveis, 

Heróis omissos são importantes, 

Chefe alardeia-se timoneiro 

De uma nau sem tripulantes; 

Povo que se nega a indignar-se 

Não passa de “pobres arritirantes”.


Diante do descaso, do desprezo... 

Da insensatez, da negligência... 

Da falta de respeito, de amor próprio... 

De dignidade, de consciência... 

De responsabilidade humana 

De hombridade e coerência. 

 

Não do governo somente 

Mas, de toda comunidade... 

Que se lhe mostrou incapaz 

De assumir-se de verdade, 

Foi conivente com o caos 

E lhe cabe culpabilidade. 

 

A CORSAME não é mais do povo 

E São Mamede, pobre esquecida! 

Ainda com filhos de braços 

Nas esquinas, desprotegida... 

Esmolando migalhas de sonhos 

E de alentos que lhe inspirem a vida. 


Nas mãos de estranhos jazes 

Do povo a santa esperança 

Já que de estranho se vive 

O rumo sem rumo que dança 

A sombra de melão de são Caetano 

E ali mesmo descansa. 

 

Morre-se de fome a gente 

Que pode, mas não quer se indignar; 

Morre-se a comunidade sem atitude 

Que vive de estranho penar; 

Morre-se um povo sem história 

Incapaz de ao menos pensar. 


Oh! Liberdade ensina ao povo 

A morrer pelo menos como canalha, 

Do que viver sem orgulho, sem sonhos, 

Sem brio, sem luta, sem batalha, 

Sem passado, que justifique o presente, 

Sem cicatriz na carne de fio de navalha. 

 

Capítulo VI


 A consequência.


Eu vi São Mamede chorando! 

Rosto fúnebre, acabrunhado, gestos tensos. 

A tristeza sem aquiescência e num ímpeto agressivo 

Instalou-se no íntimo d'alma de um povo que ao nascer 

Era irmão gêmeo da alegria e ao crescer 

Subjugou-se aos grilhões do infortúnio. 


Quem viu São Mamede no passado, 

Alegre, viçosa... deslumbrante! 

Com um vigor invejável... e sempre sorrindo... 

Não compreende esse aspecto 

Pesaroso estampado em sua belíssima face!


Era uma guerreira,

Que sabia enfrentar os obstáculos 

Com garra e obstinação!

Porém, agora, relegada ao desconforto da usura dos ímpios 

Sobejam-lhe as lágrimas quentes 

Como legado de quem um dia teve a felicidade como serva. 


Vendo-a assim tão triste, 

Volto a um passado não muito distante

Para trazer na lembrança, os seus dias de glória. 

Glória bendita como todas as glórias: 

Regada a suor e sangue dos filhos pequeninos.

Aqueles espartanos delirantes e escravos do brio, 

Mas que, usurpados sorrateiramente por estranhos... 

Niilistas pervertidos especialistas em vida fácil, estão expostos ao deserto escaldante da exploração dos tiranos!


Eu vi São Mamede chorando! 

Imersa num mar de lágrimas, 

Sufocando o peito para não implodir-se 

E sem poder gritar para denunciar a dor 

humilhante! 


Chore São Mamede, chore... mas não em silêncio! 

Chore bem alto para que os filhos, falsos ilustres,

Escutem os seus soluços incontidos e movam ao menos 

O dedo mínimo, já que se fizesse pequena 

Para torná-los grandes! 


Chore São Mamede, chore aos brados, aos berros! 

Grite novamente pelos filhos pequeninos, 

Com certeza, eles virão socorrê-la... 

E não são como os filhos "grandes",

que a odeiam e só fazem algo por você 

Tirando-lhe alguma coisa em troca. 


Chore São Mamede por sua aparência... 

Irreconhecível e combalida; 

Chore pela ociosidade subsidiada pelo filho maior; 

Chore por tudo que foi sonhado e nada realizado; 

Chore pela decadência cadenciada 

Que as forças lhes impuseram; 

Chore pelos filhos menores, já que os maiores... 

Esses não a amam! 

Chore por você mesma, 

Pela nudez das suas vestes mais linda; 

Chore porque você errou 

E porque continua errando; 

Chore por ser mãe de uma prole desajustada; 

Chore pelo amor vertiginoso 

Dos que dizem que a ama, 

Pelo efêmero esquecimento 

Daqueles que prometeram 

Trilhar a vereda dos justos 

E mancharam com atitudes e gestos 

Indecorosos o caminho da verdade. 

Espezinharam-lhe

Exacerbaram a loucura dos fracos 

Para proveito próprio. 

Mentiram-lhe. 

Lá fora lhe nodoaram: 

Eu vi São Mamede chorando!