terça-feira, 12 de outubro de 2010

A FLOR DE TAMBAÚ

Tens um andar serpenteado,
Um corpo lindo amorenado,
De curvas suaves, enfeitando o verão,
E duas ondas terríveis, soberbas ondas,
Perfeitas, alegres, redondas,
Motivos da minha paixão.

Duas ondas ousadas, sonhos de poetas,
Às vezes douradas, maciças, espertas,
Que não existem em outros mares:
Duas feras famintas, assassinas,
Que sob as rendas mais finas
Se escondem dos olhares.

No amor sempre uma atração,
Na cama eterna tesão
E se num descuido, deslizam do ninho,
Erguem os bicos em lamento
Como quem pede alimento
E contentam-se com carinho.

Dois seios fartos, lindos seios,
Dourados, de repentes alvos, cheios,
Que quando te moves, te agitas,
Exalam eflúvios de rosas perfumando o ar,
Presos, sem crimes, não saem do lugar,
Duas ondas irrequietas, aflitas!

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