terça-feira, 20 de novembro de 2012

REVENDO A HISTÓRIA



Em 28 de janeiro de 1762, Manoel Tavares Bahia, recebia por doação as terras, onde hoje é o município de São Mamede, através da Sesmaria nº 568. Na petição dirigida ao representante da Coroa que governava a Paraíba, o Sr. Francisco Xavier de Miranda Henriques, “o futuro sesmero alegava que “já era” senhor e possuidor de um sítio de terras de criar gados “vaccum cavallar” na ribeira do Sabugy, e que teria adquirido por compra, chamado São Mamede”. Muito Bem! “O verbo “ser” no passado” anteposto pelo advérbio de tempo “já”, é a prova cabal de que o sesmero penitente já estava na ribeira há um bom tempo. Já quanto ao fato dele afirmar ter comprado às terras deixa duvida, pois não informa no corpo da petição o nome do antigo proprietário, o que deveria ter feito e não o fez.
A fim de provar através de documento oficial que o Sr. Manoel Tavares Bahia, já era mesmo “proprietário” do sítio São Mamede, e que, talvez, tenha sido ele o autor do nome do sítio “São Mamede”, pois pela característica do seu nome era Português ou descendente e tinha realmente a patente de Capitão, vejam o que afirma a seguinte Sesmaria: SESMARIA Nº 453 EM 19 DE SETEMBRO DE 1757. O alferes Antonio dos Santos Vasconcelos, morador no sertão das Espinharas desta Capitania, que na ribeira do Sabugy tinha descoberto terras devolutas, que nunca tinhão sido povoadas entre a dita ribeira de Espinharas e Sabugy em um Riacho chamado do Meio, que nascia da Serra das Preacas e fazia barra no Rio Sabugy na estrada velha que das Espinharas pra o dito Sabugy e atravessa a estrada o dito Riacho do Meio, que pela do sul contesta com as terras do Capitão Antonio Dias Antunes e pelo norte com as terras do Capitão Manoel Tavares Bahia e pelo poente com as do defunto Antonio de Souza Marques ou seos herdeiros e pelo nascente com terras do mesmo Manoel Tavares Bahia; e porque elle supplicante carecia de terras para povoação de seos gados, pretendia três léguas de terras de comprido e uma de largo por data de sesmaria no logar confrontado, fazendo peão na mesma travessa no Riacho nomeado, com duas legoas para cima e uma para baixo e meia para cada banda ou como melhor conveniência lhe fizesse.  Fez-se a concessão requerida, no Governo de José Henrique de Carvalho.
Percebe-se que em 1757, portanto cinco anos antes de Manoel Tavares Bahia, receber a sua carta de data de Sesmaria das terras do sítio São Mamede; o alferes Antonio dos Santos Vasconcelos peticionou pedido de concessão de terras ao Governo de José Henrique de Carvalho, conseguindo-a através da Sesmaria nº 453. Nada, portanto, altera a regularidade da doação das terras se não fossem as contestações dessas terras, observe: (...) pelo norte com as terras do Capitão Manoel Tavares Bahia (...) e pelo nascente com as terras do mesmo Manoel Tavares Bahia (...). Não queremos criar nenhuma polêmica com a História da nossa terra, apenas rever alguns pontos obscuros que merecem ser discutidos e postos às claras.   


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O LUCRO DA MISÉRIA


Pra onde vai o lucro da miséria do nordestino? Certamente, os nossos políticos explicam! São centenas de anos de descaso e de mentiras que se tornaram verdades pela insistência. De inverdades que continuarão sempre mentiras e de governos que só resolvem os problemas dos companheiros, maravilha, não? Enquanto isso, o resto... O resto que se dane! Isso é o que sugere á inércia do governo em relação á seca do Nordeste. Tudo leva a crer que essa parte do País vive por teimosia, porque parece que a seca que estar assolando o sertão nordestino agora, não é no Brasil nem do Brasil, engraçado, não?
Esses fatos são constatados e neles há uma realidade abissal que se aguçarmos os nossos ouvidos certamente, a veremos que só existe uma saída honrosa para nós, tornar o Nordeste independente! Não podemos conviver previsivelmente com a miséria, isso não é justo e nem é humano! O Brasil dos companheiros omissos, mensaleiros e patrocinadores do ócio, gasta montanhas e montanhas de dinheiro para salvar bancos propositalmente falidos, argumentando que é para preservar os empregos dos trabalhadores, mas será que é mesmo, será que é para preservar os empregos dos trabalhadores mesmo ou é para beneficiar financiadores de campanhas eleitorais? Não gente, isso não é argumento que se possa aceitar de braços cruzados, mas um acinte a inteligência do povo.
A “grande imprensa” esqueceu como sempre a seca que ferozmente castiga todo Nordeste, os grandes jornais das redes nacionais de tevê, não estão nem ai e nem lhes interessam os problemas dos nordestinos, até porque a estiagem virou rotina aqui no Nordeste e os fatos são os mesmo, aqueles que todos já conhecem. Pensando assim, a nossa imprensa resolveu dispensar considerável atenção ás eleições e ao furação Sandy, nos Estados Unidos, esquivando-se de noticiar o furacão inclemente que sufoca e queima até os ossos do povo do sertão nordestino, que embora não destrua casas, arranque árvores e derrube postes, o nosso furacão extrai de forma perversa os últimos fios de esperança e arrasa impiedosamente com o maior bem que um ser humano pode ter, a sua dignidade!
Os bens materiais do povo americano têm mais valor do que a vida de milhões de homens e mulheres nordestinos – essa é a pauta da grande imprensa – que não quer ver que milhões de sertanejos estão sofrendo com a seca e a mercê de uma bondade que não chega nunca. Fala-se muito sobre as obras de transposição do Rio São Francisco, mas, porém, pasmem! O Ministro da Integração Nacional, o Sr. Fernando Bezerra, que por designo dos "anjo" é nordestino, do Pernambuco, somente agora, após cinco anos do início das obras e alguns trechos em andamento por ser executados pelo exército brasileiro, já em fase de conclusão, descobre que as licitações estavam erradas, será que estavam mesmo? Por que essas licitações não são elaboradas por pessoas competentes? Será que essas pessoas são realmente competentes ou tudo não passa de uma companheira farsa para enganar; contudo, quem  fica com o lucro da miséria dos sertanejos nordestinos? Se você puder responder fique com a palavra.