Algarobeiro, algarobeiro
Predestinado sombreiro
Do transeunte trigueiro
Que vagueia meu sertão,
Num caminhar de formigas
E, sob as sombras amigas
Descansam suas fadigas
Num ato de comunhão.
E, quando a tarde desmaia
O véu da noite se espraia,
E os pardais em gandaia
Comemoram envaidecidos,
Depois vem a madrugada
E o canto da passarada
Desvirgina a alvorada
Nos teus galhos escondidos.
Algarobeiro, as alegrias
Que inocente tu sentias
Quando a mão de Malaquias
Com carinho te aguou
Mas, agora em fase adulta
Outra mão mais que estuta
De forma cruel e bruta
Tua morte decretou.
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