quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A POLITEÍA


“O poder das massas para fins privado$, eis a filha dos Gregos!”. De fato, a política é a mãe generosa dos políticos e a madrasta impiedosa dos eleitores; estar mais para a arte de enganar do que o relativismo despretensioso do servir. Ao apresentar-se à tamanha empresa o ente político se ergue do seu estado real para o de supersalvador; e do seu generoso vocabulário preceitua uma expressão que marca o início de toda saga genuinamente grega: é de uma eloquência única e tem um padrão estético próximo do divino “eu quero ajudar ao meu povo” – principio da injustiça! Platão, no pleno domínio da razão e conhecedor das fraquezas humanas explode seu gênio num aforismo tão esplêndido para o povo grego, quanto ineficaz para o povo do país do carnaval: “quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”. Imagine quantos poderosos infelizes existem na pátria dos “sem”: terra, teto, saúde; algozes com capa de vidro e terno de seda. No entanto, o sábio do povo brada aos ouvidos mudos: “toda injustiça sempre começa em mim!”; já o tolo de plantão esbanja toda sua capacidade intelectual num apotegma da filosofia laica: “tudo é permitido por Deus!” Enquanto isto, os extremos se congregam, os opostos se amam, o meio sucumbe e o fim... Uma conta bancária maravilhosa!

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