segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

EXPANSÃO CULTURAL

O processo de expansão cultural que marcou as civilizações antigas contribuiu para dar formas características à poesia a principio narrativa por natureza. A Odisséia de Homero, por exemplo, explica o poema épico de um passado longínquo (do Grego epos que quer dizer, canto ou narrativa), ponto alto de raízes primitivas e populares.
Expressivos, os poemas homéricos, compostos de versos hexâmetros dactílicos, versos de seis pés ou seis silabas poéticas, alternando-se em uma silaba longa e duas breves, estrutura especifica do período épico grego que entusiasmou toda era clássica tanto, na Grécia como no Império Romano e que continua como ícone de toda literatura mundial em todos os tempos.
A influência grega permitiu aos romanos preparar os fundamentos essenciais à sua própria civilização, isto é fato inegável. Como é inegável também afirmar que nas entrelinhas da “cultura latina, percebemos destacada semelhança literária em relação à cultura grega”. Vejamos então, o poema épico, a Eneida (em latim Aeneis), escrito por Virgilio no século I a. C., (quando o imperador Cesar Augusto, lhe encomenda à composição de um poema épico que contasse à posteridade, à glória e o poder de Roma), o poema expõe fatos fabulosos de uma época fantástica. A Eneida conta a história de Eneias, um troiano, sobrevivente à guerra de troia, que viaja através do Mediterrâneo até chegar à região que atualmente é a Itália; diz à narrativa que o seu fadário era ser o pai de todos os romanos.
Essa epopéia virginiana possibilitou a criação de grandes poemas épicos, tais como: a Divina Comedia, de Dante Alighieri, Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto, e Os Lusíadas, de Camões, que só foi possível graça a Sá de Miranda, que após a morte do pai, parte para Itália em 1521 e ai permaneceu até 1526 aproximadamente. No berço da revalorização das referencias culturais da antigüidade clássica, que apontou os rumos de um novo ideal humanista e naturalista, o lusitano pôde conviver com algumas das personalidades mais expressivas do Renascimento italiano: Pietro Bembo, Sannazaro e Ludovico Ariosto. Nesse período absorveu e estimou muito a estética literária que os humanistas se dedicavam com elevado ardor.
Retorna a Portugal por volta 1526/1527, exalta os patrícios com os louros artístico-literários dessa maravilhosa viagem (a nova estética) promovendo o soneto, a canção, a sextina (poema que tem um dos sistemas estróficos mais difíceis e raros), as composições em tercetos e em oitavas e os versos de dez sílabas. “Produziu composições poéticas de altíssimo valor literário, escreveu a tragédia “Cleópatra”, as comédias “Estrangeiros” e Vilhalpandos” e várias Cartas em verso, uma das quais dirigida ao rei D. João III, de quem gozava de grande amizade. Faleceu em Amares, no Minho, na quinta para onde se retirara por não se ter adaptado à vida da Corte; não informo a data precisa de sua morte por não encontrar dados seguros nos relatos biógraficos.

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