quinta-feira, 10 de novembro de 2022

PASSO A PASSO


Às vezes, caminhar é preciso

Por ai, solto, meio de improviso

Pelos cantos sem cantos de guerra,

Sem as regras que tolhem a mente,

Apenas o ser nu… Mas contente

Em fugir da avidez que desterra

A alma do homem para o abismo,

Fosso profundo do niilismo

Feral à humanidade da terra.


Banhar-se em bons hábitos encerra

Seguir sem a pequenez que emperra

A porta do livre aceso a vida,

Que se abre após o primeiro passo

Embora débil, mas se o compasso

For firme em direção da partida,

Nada pode impedir a vitória

De quem com brilho faz a história

Nascer do caminhar em saída.


No entanto, coragem, fronte erguida!

Eis o mundo real sob medida

À sua frente, moldável, prático,

Vença-o! Sem torná-lo inacessível,

Mas fruto d’um presente possível

Da mente de postulado fático,

Que sonda a viva realidade

Sem se dobrar à necessidade

Do produto do complexo estático.


De fato, há algo mais que emblemático,

Quando o temor se faz sistemático

Causando danos ao cognitivo

Impostura inegável do atraso

Feição caricata do descaso

Cultural de cunho punitivo,

Que se dá em forma de tempestade

Traindo o sonho de liberdade

Renascendo o mundo primitivo.



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