Às vezes, caminhar é preciso
Por ai, solto, meio de improviso
Pelos cantos sem cantos de guerra,
Sem as regras que tolhem a mente,
Apenas o ser nu… Mas contente
Em fugir da avidez que desterra
A alma do homem para o abismo,
Fosso profundo do niilismo
Feral à humanidade da terra.
Banhar-se em bons hábitos encerra
Seguir sem a pequenez que emperra
A porta do livre aceso a vida,
Que se abre após o primeiro passo
Embora débil, mas se o compasso
For firme em direção da partida,
Nada pode impedir a vitória
De quem com brilho faz a história
Nascer do caminhar em saída.
No entanto, coragem, fronte erguida!
Eis o mundo real sob medida
À sua frente, moldável, prático,
Vença-o! Sem torná-lo inacessível,
Mas fruto d’um presente possível
Da mente de postulado fático,
Que sonda a viva realidade
Sem se dobrar à necessidade
Do produto do complexo estático.
De fato, há algo mais que emblemático,
Quando o temor se faz sistemático
Causando danos ao cognitivo
Impostura inegável do atraso
Feição caricata do descaso
Cultural de cunho punitivo,
Que se dá em forma de tempestade
Traindo o sonho de liberdade
Renascendo o mundo primitivo.
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