quarta-feira, 20 de julho de 2011

LIMITE?!


Vive-se num mundo de ventos que começam brandos, transformam-se em redemoinho e aos poucos se tornam uma grande tempestade quando se colocam em evidência reais as três fêmeas mais desejadas desde os tempos antigos: “a moral e a liberdade”. A primeira caracteriza-se pelas ações impessoais do sujeito (ente eu) no ato moral em si, sem nunca deixar de considerar importantes os atos públicos ou privados, dos quais participa como agente ativo, sendo estes prestimosos e bons norteiam o uso comum e o ajustamento social nas comunidades. A segunda demasiadamente profunda e ainda distante do imaginário desse (ente eu), isto porque, o seu uso fora da análise da terceira fêmea “a razão”, não molda a contento o convívio comum do (ente eu) porque fere a essência do agir livre, e causa descompasso na evolução já experimentada; de modo que o (ente eu) adquire solida possibilidade de voltar á natureza primitiva caso não despreze de forma radical e culta os antigos erros.
Esses erros em voga a milênio, a custa da irresponsabilidade do (ente eu) que traumatiza o siso da causa (moral) e seu efeito paralisa intempestivamente o sonho (liberdade) por falta de inspiração que leve a (razão), os quais podem tornar o (ente eu) por causa da insensatez adquirida durante a efetiva formação, um bruto ou um malvado. Culpar o (ente eu) agora se comete desumana injustiça, já que ninguém nasce nem tão ruim como se pensa nem tão bom como se queira. Há de se buscar no interior dos termos algo igualmente justo á causa: é possível ser moral, ter liberdade e agir com razão todas as horas? Analisando termo a termo e considerando a trajetória do (ente eu) em suas ações e emoções, concluímos a contento que: mesmo na ausência de afeição material; distanciamento do eu; rígida disposição adquirida pela freqüência dos mesmos bons atos elevados a condição de costumes; despojamento de si mesmo – ainda assim, disse Nietzsche: é mais agradável ofender e pedir perdão em seguida do que ser ofendido e conceder o perdão.
Moral, liberdade e razão – trindade da essência do (ente livre) desde tempos longínquos, concebida de forma errônea e posta a serviço da escravidão do (ente eu) pelo (ente eu) e este finge conhecê-la e alardeia-se seguidor indômito, intransigente e feroz. Porquanto, é sabido que emoções intensas nada justificam senão tão-somente uma intensidade disfarçada, que na origem é julgada pelo (ente eu) como justa a seu favor, porém em desfavor de outrem. No entanto, essa prática ilícita atende pelo nome de boa vontade, a mesma que se conduz superior em momentos de guerra entre o (ente eu) e a sobrevivência por causa da aridez da ganância. Todavia, a trindade da essência do (ente livre), desafia as eras sem encontrar o (ente capaz de ser livre), mas um dia quem sabe talvez, na solidão eterna da caixa de Pandora se encontre o pior dos males, a esperança; o propósito de Zeus é trágico para o (ente eu) o qual fecha as portas para o (ente livre) e sem opção resta aceitar o padecer, o sofrimento e a dor resignado, justificando o que disse Simônides: A miséria dos homens é justamente o tema sobre o qual os deuses tanto gostam de ouvir e cantar.

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