quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

MOTE/ QUEM FRAUDA NÃO PAGA A CONTA/NEM A JUSTIÇA CONDENA


As castas da corrupção

Continuam dando as cartas,

São personagens lagartas

Das famílias tradição.

Sugadoras da Nação

Vendem uma alma serena

Com humildade pequena,

Rosnam em timbre de afronta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


Castas são falsos estratos

Monstros da sociedade,

Que manifestam maldade

Aos de glóbulos abstratos,

Que sob tutela e maus-tratos

Pagam eterna cadena

Sem crimes penam a pena

Deixando a verdade tonta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


Essa corja se faz nobre,

Mas tem a memória morta

Pois, só o letargo conforta

E o olvidamento encobre.

Porém, a razão descobre

Toda matula e ordena,

Que se desarrume a cena

Dessa vergonha de ponta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


Presumam a lei cumprida

Como diz na isonomia,

Que a premissa da eunomia

É a regra comum da vida 

Embora a estola agrida

Solfejando cantilena

Ou se rumine kalena

Infâmia que desaponta:

Quem frauda não paga a conta

Nem a justiça condena.


As castas vivem na moita

E quase nunca aparecem,

São niquentas que merecem

Alguma forma de coita,

Não de amor, mas a que açoita

A indignidade terrena

Dessa gente que só encena,

Porém, na surdina apronta:

Quem frauda não paga a conta

Nem justiça condena.


Mário Bento de Morais

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