Foi determinado em ouro
O preço da liberdade,
Assassinando a justiça
Causando perplexidade,
Trazendo desassossego
Para o povo da cidade.
Ganhou notoriedade
Esse fato inusitado,
Justificou-se o desmando
Sendo o direito acoitado
Pelo braço da justiça
Com o chicote azeitado.
Já muito debilitado
Sem forças pra reação,
O direito cambaleia
Em transe de prostração
Sob vaias e zombarias,
Escarnio e humilhação.
Essa amarga sensação
De dantesca injustiça,
Alimenta o mau costume
Atrativo que enfeitiça,
Validando a indecência
Dogma da real cobiça.
Mas impunidade atiça
A ganância, a corrupção,
Veniagas nos terreiros,
Expertises, obrepção
Nos cavoucos dos embustes
Monturo de excepção.
Não se edifica a Nação
Sobre os ossos dos antigos
Escravizados e mortos,
Outros, míseros mendigos,
Sob o relho da mamparra
Que os sustenta com castigos.
Enfim, falares ambíguos
Tem a gente melindrosa,
Que se arvora preferida
Dos deuses, dádiva airosa,
Que desfruta de benesses,
Com sua mente asquerosa.
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