sábado, 11 de setembro de 2021

QUANDO HÁ PAZ E SONHOS

 

Como posso aceitar, compreender...

Ou me sentir sóbrio ante a insânia

Do lólio intruso que traz vesânia

À seara humana sem me arder?

Em pânico tento, zelo entender...

Essa fome de se impor sobre a mente

Da nação que confere a essa gente

Poderes sobre si ao pungir desgraça,

Que abusa d’alma, a honra esgarça

Tornando fatal o povo indigente!

 

O tirano não se atém a limite...

O extrapola por sua índole má,

Não transige e nem um pouco se dá

Ao prazer e... Nem amar se permite!

Quando instigado à verdade se omite,

Com desprezo a vida reza ao inferno,

Celerado, mas mostra-se galerno

Fingindo regalo junto aos vesanos,

Que se entregam aos dizeres profanos

Sob o fulcro do sagrado moderno.

 

Não há poder sem a vossa vontade...

Nem força sobre vós sem permitirdes,

Pois tudo que vós, contra vós urdirdes

Para vós pode vir em tempestade...!

Mas se acatardes vossa potestade...

Para unir-vos em vós outros, inconhos,

Tereis maravilhas de céus risonhos

Brilhando-os acima das conivências,

Que atormentam as boas consciências

Plenas de graça, de paz e de sonhos.

 

 

MARIO BENTO DE MORAIS.

 

 

 

 

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