terça-feira, 2 de junho de 2020

NA ETERNIDADE


Sim, eu sou a constituinte.
Sigo o Brasil brasileiro,
Não tenho sangue estrangeiro,
Pra exibir como requinte!
Sou sensato sem acinte
A lei maior da Nação,
Respeito sem discussão
Os sonsos sem disciplina,
Mas tudo que a vida ensina
Deve servir de lição.

O passado nos condena,
Alemanha grande espelho!
A história um bom relho
Para nos bater sem pena.
O poder é uma hiena
Quase sempre solipsista,
D’um empirismo simplista,
Porém, soberbo imprudente,
Um infeliz delinquente
Que a delinquente conquista.

Esse poder delinquente
Cria mundos abissais
Quando age em seus currais
Como um deus onipresente
Ilimitado, exigente,
Nédio em céu de vesanos  
Inconsequentes, urbanos
Parvos de becos soturnos
De incoerentes diurnos
Que alimentam os tiranos.

Quando o egoísmo se  flama
Para um excêntrico eterno,
Vem um rigoroso inverno
Inunda a praça de lama.
Rir-se o fátuo do drama
Da Mãe da infâmia exposta,
Que em desespero aposta
Na morte por recompensa
Da vida pagando a crença
Da mentira sem resposta.

Vai o pascácio grassando
Autoimune sob aplausos
Evidenciando causos
Na carreira de desmando.
Os enredos registrando
Fatos à posteridade,
Negativos à verdade
Depois reclama da sorte
Sabendo que a pior morte
É morrer na eternidade.



João Pessoa – 01 de junho de 2020


Mário Bento de Morais















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