Era um domingo de carnaval, o dia 21 de fevereiro de 1971, século passado. O sol acordara a Serra da Cozinha com sua primeira iluminação, beijando-lhe a face. Só depois, e aos poucos, o majestoso dos astros abraça a linda senhorita do sabugy, de naturais soberbos encantos, dourando-lhe as sensuais curvas da amada de “Dé Pinicaca”, São Mamede.
Os festejos momescos daquele ano prometiam. As charangas – pequenos grupos de jovens que saiam as ruas com instrumentos de percussões – entravam nos principais bares pra fazer a festa – Era assim, o nosso bom e velho carnaval. “Ah, eu lá”!
Nos anos sessenta, havia blocos carnavalescos de rua e bailes a fantasia à noite para os adultos, durante o dia matinê para as crianças. Tempos bons àqueles, não?
Os tempos hoje são outros: trio elétrico, axé, pagode, funk, samba e outros sons dos carnavais fora de época, à nova invenção que empolga a “nova” geração. Já os antigos bailes deixaram de existir, os blocos carnavalescos, para muitos, perderam o sentido, matinê pra criança nem pensar. E as músicas? Ah..., as musicas eram as machinhas de memória insondável, os sambas dos grandes mestres, os frevos do glorioso Capiba, lembra de vassourinha? Linda, não?
Desculpem-me, mas não estou sob o domínio da nostalgia, não prefiro uma época à outra, apenas recordo um tempo que se eternizou nos séculos, e se perpetuou na memória dos que tiveram o privilégio de vivê-lo.
E foi assim. Era assim. Sempre foram assim os carnavais. Marcam a gente e depois... Ah! Depois um cronista resolve dizer o que aconteceu, como agora.
Mas naquele ano de 1971, não foi o carnaval que roubou a cena e marcou o dia 21 de fevereiro; foi à chuva! No sertão, a precipitação pluviométrica ocorre, geralmente de dezembro a abril, e a intensidade varia muito de ano para ano.
Então, estávamos brincando no bar de “CAJACA”, ali onde hoje funciona a padaria de Paulo, o ambiente estava lotado, havia muita gente de Patos, brincando nesse dia. Era por volta das duas da tarde, quando começou cair uma chuva calma e aos poucos foi ganhando intensidade. Os foliões deixavam o bar e iam tomar banho na “bica” que ficava de frente – entre a barbearia de Manoel de “Nitin” e o bar de Antonio Torres.
De repente começa a cair um forte temporal e dura entre quinze e vinte minutos. As pedras de gelo que caiam, tinham o tamanho de um caroço de fava branca; saltitantes provocavam um belo espetáculo no calçamento.
Outras pedras maiores caíram sobre os telhados de algumas casas, causando pequenos prejuízos materiais, mas nada de muito grave. O que de mais lindo ficou mesmo: foi um estupendo tapete branco sobre a Rua João Pessoa.
Quando a chuva parou saímos para vê; digo saímos para vê, porque eu tinha na época 14 anos de idade e estava no bar nesse dia. Juntávamos as pedras com as mãos, levávamos a boca, era uma festa a parte. Foi à única vez em minha vida que eu vi uma chuva de granizo, e isso já faz 39 anos.
Assim, choveu granizo no dia 21 de fevereiro de 1971, num domingo de carnaval, em São Mamede.
Os festejos momescos daquele ano prometiam. As charangas – pequenos grupos de jovens que saiam as ruas com instrumentos de percussões – entravam nos principais bares pra fazer a festa – Era assim, o nosso bom e velho carnaval. “Ah, eu lá”!
Nos anos sessenta, havia blocos carnavalescos de rua e bailes a fantasia à noite para os adultos, durante o dia matinê para as crianças. Tempos bons àqueles, não?
Os tempos hoje são outros: trio elétrico, axé, pagode, funk, samba e outros sons dos carnavais fora de época, à nova invenção que empolga a “nova” geração. Já os antigos bailes deixaram de existir, os blocos carnavalescos, para muitos, perderam o sentido, matinê pra criança nem pensar. E as músicas? Ah..., as musicas eram as machinhas de memória insondável, os sambas dos grandes mestres, os frevos do glorioso Capiba, lembra de vassourinha? Linda, não?
Desculpem-me, mas não estou sob o domínio da nostalgia, não prefiro uma época à outra, apenas recordo um tempo que se eternizou nos séculos, e se perpetuou na memória dos que tiveram o privilégio de vivê-lo.
E foi assim. Era assim. Sempre foram assim os carnavais. Marcam a gente e depois... Ah! Depois um cronista resolve dizer o que aconteceu, como agora.
Mas naquele ano de 1971, não foi o carnaval que roubou a cena e marcou o dia 21 de fevereiro; foi à chuva! No sertão, a precipitação pluviométrica ocorre, geralmente de dezembro a abril, e a intensidade varia muito de ano para ano.
Então, estávamos brincando no bar de “CAJACA”, ali onde hoje funciona a padaria de Paulo, o ambiente estava lotado, havia muita gente de Patos, brincando nesse dia. Era por volta das duas da tarde, quando começou cair uma chuva calma e aos poucos foi ganhando intensidade. Os foliões deixavam o bar e iam tomar banho na “bica” que ficava de frente – entre a barbearia de Manoel de “Nitin” e o bar de Antonio Torres.
De repente começa a cair um forte temporal e dura entre quinze e vinte minutos. As pedras de gelo que caiam, tinham o tamanho de um caroço de fava branca; saltitantes provocavam um belo espetáculo no calçamento.
Outras pedras maiores caíram sobre os telhados de algumas casas, causando pequenos prejuízos materiais, mas nada de muito grave. O que de mais lindo ficou mesmo: foi um estupendo tapete branco sobre a Rua João Pessoa.
Quando a chuva parou saímos para vê; digo saímos para vê, porque eu tinha na época 14 anos de idade e estava no bar nesse dia. Juntávamos as pedras com as mãos, levávamos a boca, era uma festa a parte. Foi à única vez em minha vida que eu vi uma chuva de granizo, e isso já faz 39 anos.
Assim, choveu granizo no dia 21 de fevereiro de 1971, num domingo de carnaval, em São Mamede.
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