quinta-feira, 5 de maio de 2022

INÍCIO DA HISTÓRIA DE SÃO MAMEDE

 O fato Histórico importante ulterior se deu 1702 quando Matias Vidal de Negreiros, os alferes Marcos Rodrigues Cabral e Manoel Monteiro, em “incursão” chegaram onde hoje estar plantado o município de São Mamede. Embora os registros oficiais não digam que é daí que começa a nossa história, porque as informações que se têm não são completas nem de antes e nem de depois dessas estadas “invasoras”, apenas um registro sem maiores detalhes.  Porém, se relacionarmos os episódios que têm ocorridos há décadas com os índios no Brasil e principalmente no Amazônia, mesmo com a atuação da imprensa livre denunciando às ações dos invasores, as instituições nacionais, internacionais, governamentais e não governamentais, sempre em defesa dos povos da floresta, nem assim a truculência, a barbárie e o extermínio dessa gente nativa por grupos armados a mando de grileiros e garimpeiros, se quer esboçaram algum refrigério a favor desses nativos.

Agora vamos imaginar a situação dos Índios que habitavam a região depois da famigerada “visita” de 1702. O resultado dessa ida deixou um vazio ensurdecedor de seis malditas décadas; foram 60 anos mudos e surdos. Possivelmente essas terras ficaram sob o controle do sargento-mor e seus amigos, que durante muito tempo dominaram a região. As terras onde hoje é São Mamede permaneceram “devolutas” até 1762, provavelmente o sargento-mor Matias Vidal de Negreiros e seus amigos já não estivessem mais vivos.

Mas, a demanda imposta aos povos nativos de 1702, certamente continuou com as mesmas praticas de extermínios e escravidão, sem que nada, absoluta nada e nem ninguém, nesse período, fizesse acontecer algo importante depois dessas infames visitas, nem com a “posse” em 1762, pelo suposto capitão do Império, o sesmeiro Manoel Tavares Bahia.

Estes fatos devem ser considerados o fulcro para quaisquer análises históricas porque incorporam perspectivas abrangentes para mirar os outros aspectos que tomarão por consequência parte dos fatos histórico, sociais e culturais e do trabalho em São Mamede, a partir dos vestígios fragmentados deixados (esquecidos) quando da investida do sargento-mor Matias Vidal de Negreiro, os Alferes Marcos Rodrigues Cabral e Manoel Monteiro, no limiar do século XVIII, estendendo-se até o crepúsculo do século XX.  

 

SESMARIA Nº 568, DE 28 DE JANEIRO DE 1762

Doada a Manoel Tavares Bahia
Reg. de uma Carta de Data e Sesmaria de terra de três léguas no sertão do sabogy.

Passada ao sobredito

Francisco Xavier de Miranda Henriques - faço saber aos que esta minha Carta de Data e Sesmaria de terras defina irrevogável doação deste proprietário todo sempre virem que me enviou a dizer por sua petição Manoel Tavares Bahia, que ele era senhor e possuidor de um sítio de terras de crear gados vaccum cavallar na ribeira do sabogy de que houve por compra, chamado São Mamede e para evitar duvidas e contendas que se lhe poderão oferecer, queria que devolutas, e desaproveitadas as ilhargas do dito sitio, da parte sul as sobras do sitio Serra Branca e do Mabanga, Farinha e Pastos e Pedra Branca e por parte do poente as sobras das Trincheiras e Laranjeira e da parte do norte sobras da Tapera, ficando dentro o Riacho chamado do Papagaio e o Riacho do Meio e do Jatobá, que todos fazem barra no sitio dito com três Léguas de comprido e uma de largo ou fazendo da largura comprimento ou do comprimento largura, fazendo pião onde melhor conta fizer.

Importante, Manoel Tavares Bahia, não se identificou ao solicitar a sesmaria 562 que era ou fora capitão da S.M, enquanto que na sesmaria 557 quando trata das divisas esse fato escuso fica evidente.

 

 

 

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