segunda-feira, 31 de agosto de 2020

SEXTINA


A verdade...! Só a verdade...!

Cinge-se sempre a pureza,

Sóbria vence a vaidade,

Sensibiliza a pobreza,

No tempo da tempestade

Quebra a força da riqueza.

 

 Refém queda-se a riqueza

 Ante a severa verdade;

 Domina-se a tempestade

 Aos desejos da pureza

 D’alma que zela a pobreza

 E despreza a vã vaidade.

 

 Em que pese essa vaidade

 Quando a rudez da riqueza,

 Tende pisar a pobreza

 Aviltando a sã verdade

 E assim, desmaia a pureza

 Num quadro de tempestade.

 

 E verga-se a tempestade,

 Ao condenar a vaidade,

 Cedendo aos dons da pureza

 E dócil nega a riqueza

 Abraçando-se a verdade

 E Franciscando a pobreza.

 

 Eleva aos céus a pobreza

 Acalmando a tempestade,

 Assim, a santa verdade,

 Desconforta a tal vaidade

 Às pretensões da riqueza

 Se submetendo a pureza.

 

 Eis, que quão nobre a pureza,

 Que Lado a Lado a pobreza

 Está além-mar da riqueza

 Sem tentar a tempestade

 Pra não atrair a vaidade

 E assim poupar a verdade.

 

 Ainda que polua a pureza,

 Ainda que marque a pobreza

 A Paz prescinde a riqueza!

 

 

Mário Bento de Morais.

 


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