Quimeras, brutas quimeras
Sangrando-as das grandes eras
Sem calma nem acalanto,
Divas fatais inquilinas,
Assassinas, assassinas!
Vivem sugando meu pranto.
No olho que deplora o pranto,
Penam severas quimeras,
Inquietas assassinas
Trazidas de antigas eras,
Velhas, loucas inquilinas,
Que não me farão acalanto.
Ah!, Se um viçoso acalanto!
Domasse enfim esse pranto
Pulsátil às inquilinas,
Que assistiram as quimeras
Desde as mais longínquas eras,
E pouco a pouco, assassinas.
Ás vezes, tais assassinas
Menosprezam o acalanto
Transitam eras sobre eras,
Em meio a severo pranto
Que sobrepuja as quimeras,
Às Nobres vãs inquilinas!
Nesta posse as inquilinas,
Vivas feras assassinas,
Agem, pois, sobre as quimeras
Inflamando-as no acalanto,
Que se desarranja em pranto
Na insanidade das eras.
E, foi na aridez das eras
Do nada, que as inquilinas
Deram-me languido pranto
Entre as graças assassinas,
Feriram o meu acalanto
Nas aflições das quimeras.
Passaram-se eras sobre eras,
E aquelas vãs inquilinas,
Deixaram solidão e pranto!
Mário Bento de Morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário