Morre a vida! Eu, no dia a dia tenso,
Quando dei indistinto o primeiro passo
Não pensava, agora, se acaso penso,
Nada me convêm além do compasso
Do passo a passo que me foi tão imenso
Pra ganhar como resguardo um abraço.
E, entre os braços firmes daquele abraço
Abraçava um abraço calmo e tenso,
Como se um fogo d’um amor imenso
Falasse-me da firmeza do passo
Que devia seguir pelo compasso
Sem falar de tudo aquilo que penso.
Arde-me expor por expor o que penso
Quando senti a força daquele abraço,
A alma tenra de compasso em compasso
Palpitava em meio a um sorriso tenso,
Mas que havia amor naquele passo
Tão curto
para um mundo tão imenso!
No entanto, permiti-me um rastro imenso
No caminho, ao grafar o que penso
Depois de ler as linhas vãs do passo,
Que dei no encontro d’um simples abraço
Maior do que o mar, e por vezes, tenso
Quando a vida se submete ao compasso.
E assim, segue a vida presa ao compasso
De cada passo se curto ou se imenso,
Ou talvez, se estável ou muito tenso,
Mas considerando aquilo que penso
Sobre o significado de um abraço
Quando se pratica um pequeno passo.
Então, muito se anda no passo a passo
Ao acatarmos as regras do compasso,
Ao passo em que pese e pense o abraço
Quando se cuida d’um amor imenso
Morre-se pouco a pouco, quando penso,
Que a vida vive o dia a dia tenso.
Porém,
há de se refletir o passo
Lasso,
que se procura no compasso
Para se
inventar na paz d’um abraço.
Mário Bento de Morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário