quarta-feira, 26 de agosto de 2020

SEXTINA


 De grito em grito vai à humanidade
 Sugando-se rumo ao fim do desejo
 De encontrar-se firme na caminhada
 Que busca a juventude luminosa
 Para ser doce apenas por um dia
 Nem que se fadigue à felicidade.

 Esplêndido! Eis a felicidade! 
 Mas e agora? Brada a humanidade:
 Tanto, mas tanto suor por um dia?
 Ou nada interessa além d'um desejo,
 Que nasce com a mente luminosa
 Na gênese da tenra caminhada.

 Aos poucos se torna vã a caminhada
 E perto se avista a felicidade,
 Que então, se supunha ser luminosa
 Ao olho amoroso da humanidade,
 Que se queima em extremoso desejo
 De viver toda vida por um dia

 O desvelo d'uma vida por um dia
 Tem-se por mérito uma caminhada,
 Que busca tornar capaz o desejo
 De alcançar em vida a felicidade
 Para que o sonho da humanidade
 Seja uma luz clara e bem luminosa.

 E, ao que procura a fonte luminosa
 Mostra-se quão feliz viver um dia
 Na esperança de que a humanidade
 Cresça cristalina na caminhada
 Rumo ao encontro da felicidade,
 Entre as dores do tormento e o desejo.

 Vencido pelo vigor do desejo,
 Espera-se a luz do bem,  luminosa,
 Que espalhe profunda felicidade
 Por anos e não por um mero dia,
 E assim valer sofrer a caminhada
 Que traz o viver à humanidade.

 Pouco a pouco se domina o desejo,
 E em cada manhã clara e luminosa
 Venha o astral da velha felicidade.


Mário Bento de Morais




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