Mortos me acusam sem provas
Loucos querem me julgar,
Cegos são donos da lei
Néscios me fazem vulgar.
Não sabem tercem consertos
Exibem falsos disertos,
Mas só vomitam asneiras
Coisas que a fala não cabe:
“Só o dono da casa sabe
Onde ficam as goteiras”.
Ensinam o norte à vida
De outrem com os seus vícios
Inda ativos na memória
Dos homens em sacrifícios.
Rasgados de honra e sorte
Sempre a caminho da morte
Põem suas teses rasteiras,
Embora a vida desabe:
“Só o dono da casa sabe
Onde ficam as goteiras”.
As canções que os alimentam
Soam surdas, indistintas,
Líricas aos lábios lúridos
Das anamneses extintas,
Omissas na ordem mental
Da vontade incidental
De intenções alcoviteiras
Com um sentimento alabe:
“Só o dono da casa sabe
Onde ficam as goteiras”.
Reinam nas vargas humanas
Quando vêm as tempestades,
Sondam infensos mistérios
Nas falsas realidades.
Impõem-se divos profetas
Seguindo as linhas ascetas
Com virtudes embusteiras
Com finalidade aldrabe:
“Só o dono da casa sabe
Onde ficam as goteiras.
Mote de autor desconhecido
Nenhum comentário:
Postar um comentário