domingo, 2 de abril de 2023

MOTE: ACREDITA-SE MAIS NO MENTIROSO/PORQUE SE TEME O PESO DA VERDADE


Quando se traem os padrões morais

Ferem os princípios da hombridade,

Fomentam a insânia à sociedade

Numa cadeia de aflições varais,

Que estimulam convulsões culturais,

Com ideias avessas a igualdade, 

Que se fartam no campo da maldade

Atiçando a má fé do presunçoso:

Acredita-se mais no mentiroso,

Porque se teme o peso da verdade.

 

Às vezes, quebram-se laços profundos

Só para não atormentar o egotismo,

Que expõe a vida humana num abismo

Tão comum aos interesses imundos,

Que do roço se fazem oriundos

Frutos podres da insensibilidade

Astutos gentis à visibilidade,

Porque faz o seu mundo prazeroso:

Acredita-se mais no mentiroso,

Porque se teme o peso da verdade.


Encômios encantam, mas não dão brilho,

Massageiam o íntimo, abrem sorrisos,

Às vezes largos outros indecisos,

Mas sempre buscando o sonho Castilho,

Que ao se tisnar, anela-se ladrilho

À imagem ferida na dignidade,

Cativando-lhe a personalidade

Ao repulsivo ostracismo asqueroso:

Acredita-se mais no mentiroso,

Porque se teme o peso da verdade.

 

Os próceres inventam magnitudes

Pelos ensejos cridos dos jornais,

Enredando seus tropeços banais

Pra evadir das massas inquietudes,

No entanto, interpretam solicitudes,

Que lhes afligem tocando a vaidade,

Fingidos pregam a fraternidade

Pra que o mundo se torne generoso:

Acredita-se mais no mentiroso,

Porque se teme o peso da verdade.

 

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