Apois antonce
Eu lhes conto
A história que eu vi contá
A razão pruque masce roxa
A flô do maracujá
Maracujá já foi branco
Eu posso inté lhe jurá
Mais branco que a caridade
Mais branco do que o luar
Quando as flô brotava nele
Lá nos confim do sertão
Maracujá parecia
Um ninho de argodão
Mais, um dia...
Há muito tempo...
Num mês que inté nem me lembro
Se foi maio... se foi junho
Se foi janero ou dezembro
Nosso sinhor Jesus Cristo
Foi condenado a morrê
Numa cruz crucificado
Longe daqui como quê
E havia junto da cruz
Aos pés de nosso sinhor
Um pé de maracujá
Carregadinho de fulô
Pregaram Cristo a martelo
E ao ver tamanha crueza
A natureza inteirinha
Pôs a chorá de tristeza
Chorava os vento nos campo
Chorava as fôia e as ribeira
Sabiá tombem soluçava
Nos gáio da laranjeira
E o sangue de Jesus Cristo
Sangue pisado de dô
No pé do maracujá
Tingia todas as frô
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