segunda-feira, 6 de julho de 2020

VERSOS AO DESERTO


 Lanhado n’alma, a praz-me o enleio da lama,

Como uma santa segredando consoladora,

O espírito caído, prole podre e morte civil

E podre aos olhos viúvos da mãe pecadora

Esfinge da anarquia, ostra dos palácios ocos;

Ah! Themis, fina-flor, maldita sedutora


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Está vendo aquela pobre infeliz

Que o tempo lhe ofereceu graves danos,

Amou demais teve tudo o que quis

Na alvorada fértil daqueles anos.

Porém, ao lembrar-se da mocidade

Vem-lhe ao peito monstruosa saudade

Da época prospera e cheia de graça

Aos poucos ver o seu mundo morrendo

Chorando por dentro ouve alguém dizendo

Já foi bonita essa mulher que passa


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Quando o justo se aliena na esquina

A verdade se sente desnudada

Com a vergonha exposta na calçada

Do colendo que a loucura domina.

A pena que condena não doutrina

E nem doutrina tão pouco ao que pune,

Porém, lhe outorga uma carta de imune

Aos vícios latentes na sentença

Da lei que não quer ver a diferença

Quando se quer deixar o rico impune.


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Eu não tenho histórico de atleta

E nem preciso de amigos que o tenha,

Minha vida não é palco pra resenha

Á gente que se vê como profeta.

A razão com saúde se completa

A saúde sem razão é sem futuro

Nem é sábio se lançar no escuro

Desafiando o mal desconhecido

S' esse vírus precisa ser vencido

Ficar em casa é muito mais seguro.








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