terça-feira, 14 de outubro de 2014

NÁUFRAGOS

Autor: Américo Falcão

Eu, timoneiro audaz, parti, cantando,

Na galera de sonhos, pela vida.
O lindo e imenso mar atravessando...
Vendo largo... bonança indefinida...

Do mar a superfície adormecida

Que o sol beijava rútilo, raiando,
Era uma veiga azul toda florida
De espuma leve em flóculos boiando.

Fazendo rumo ao porto da ventura,

Mostrou-se o céu de plúmbea face adunca
E a galera perdeu-se em noite escura...

Ai que momento lúgubres, medonhos!

Nautas da crença, eu não me esqueço nunca,
Do naufrágio sinistro dos meus sonhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário