terça-feira, 24 de julho de 2012

SOLILÓQUIO


A aflição do pobre é causa de alegria
Na casa do rei! E posta sobre a mesa
Serve-se a vinho da safra portuguesa
Entre gargalhadas a mísera iguaria.
        
E vós, nobre dama da rica empresa
Que sacieis a flor de infame tirania!
Farteis vós de guloseimas vil minoria 
Que debita a Deus a indigência presa.

Aforismo laico! Teologia em chama
(eu vivo assim porque Deus quer!) um drama
Sob a ordem burra da lei superior.

Um dia a força pura virá como a morte
E em silêncio erguerá um reino forte,
Para sempre, sem gente inferior.



 





              




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