Não violentes tua consciência
Porque ela é o juiz da tua justiça,
Cuides conter a fome da cobiça
Para conservares tua existência;
Assim não mudes jamais tua essência
Nem queiras ser o desejo audaz
Que vivifica a pequenez mordaz
Nodoando a candura da verdade:
A alma árida suscita tempestade,
Mas no coração feliz reina a paz.
Não tentes tu, ó estulto, a tua vida,
Sê fiel a ti mesmo, benção e luz,
Como fonte sublime que reluz
À imagem Divina na Cruz ferida
Sob o peso da pena carcomida
Pela blasfêmia que o ódio tenaz
Age sonso de forma perspicaz
Ignorando a força da caridade:
A alma árida suscita tempestade,
Mas no coração feliz reina a paz.
Alimentas em vão o teu ego indigente
Para teres somente os teus valores,
Que os consideras divinos fulgores
Poluindo a tua mente infringente.
Ao ponto de seres tu inconsequente
Criatura para o mundo incapaz
De conhecer a ledice que apraz
A certeza sublime da bondade:
A alma árida suscita tempestade,
Mas no coração feliz reina a paz.
Quando o pudor ferir os teus sentidos
Haverá polidez em tua mente,
Para que te tornes boa semente
À colheita de homens pervertidos,
Os quais, de vilezas acometidos
Por atos que seu íntimo se compraz
Estupidamentemente feraz
Causando desalinho à realidade
A alma árida suscita tempestade,
Mas no coração feliz reina a paz.
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