O tirano só constrói o seu poder
Com a sujeição do povo oprimido,
Tornando-o cada vez mais esquecido
Sem forças que o faça se defender!
Humilhado tenta em vão se esconder
Calar, fugir, desossar-se perder
O ânimo de morrer sem aprender
A forma de vencer sem ser vencido:
A letargia d’um povo oprimido
Dar acesso do tirano ao poder.
Dominar e explorar com a anuência
De quem é dever moral resistir
Ou se negar a si mesmo e permitir
Render-se a um tolo com paciência!
Pois, não é bom dar a esse tipo indulgência,
Um velhaco, hediondo outsider,
Que pode tiranizar o esplender
Da mente para um mundo esclarecido:
A letargia d’um povo oprimido
Dar acesso do tirano ao poder.
Esse marau, fora fulcro de estudo.
Hipócrates o definiu covarde,
Efeminado, mísero desarde,
Fardo fétido malvisto queixudo!
Que como o corvo que espreita sisudo,
Mas a presa incauta se deixa arder!
Assim é o xucro que busca ascender
Ao trono para o mal ser consumido:
A letargia d’um povo oprimido
Dar acesso do tirano ao poder.
Esse zinho agride a sociedade,
Que alheia às oficinas do diabo,
Fingi ver esse baba de quiabo
Cimentar o trajeto da maldade.
Espalhando dote de divindade
Conduzindo o estulto a propender
Às suas teses sem as contender,
Mas ruminá-las calmo, carcomido:
A letargia d’um povo oprimido
Dar acesso do tirano ao poder.
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