terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

EXEMPLAR DAS MASSAS


O deus, os vícios, as veniagas

Elevam as veleidades pagas

Pelos negócios fartos do povo;

Aticismo entre especialista

Afago, dengo de moralista

Afoito fingido de renovo,

Comuns as reais alteridades

Sinetes das vis improbidades,

Que se opta sem pontos de reprovo.

 

Aos gritos as massas – eis o novo!

Exemplar ocioso, deutovo!

Em sua disciplina Imperfeita.

Paixão vazia de bons instintos

Virtude lerda nos labirintos

Reclusa murmura contrafeita:

A paz da alma da verdade morta,

Que sem alarde tudo suporta

E até ao medíocre se sujeita!

 

Mas com a pura essência refeita

Da tese viva ate então aceita

Pela dissensão intelectual,

Que restaurou a boa inimizade

Quando antes taciturna amizade

Reinava na aridez factual

Revérbero tenso animalesco

Do mundo hostil, rude, grotesco

Da fidalguia imbelectual.


Agora ruge o mundo atual

Falso, decadente cultual

Logro da razão pisoteada,

Que provi tão-só a moral anosa

Deixando de forma impiedosa

A natureza escamoteada

Sem verdades, somente lendas

Geradoras de visões horrendas,

Iscas para mente irrefreada.

 

Quanto à procura serpenteada,

A face faz-se desnorteada

Ante a longínqua filosofia,

Que tolhera os instintos morais

Fracassara as paixões naturais,

Impondo perversa atrofia

À semente da felicidade

Medrando a religiosidade

Ao Sumo saber – teosofia.

 

 

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