O NATIVISTA
Quantos incivis se alçaram
À fama de jingoistas
Vomitando estolidez,
Teses de cunho extremistas
Enodoando o bom senso
Com alogias fascistas?
A QUESTÃO
A fome não acaba a fome;
A mágoa não acaba a dor;
O pranto não acaba o pranto;
O ódio não acaba o rancor;
O riso não acaba o riso;
Tudo depende do amor.
A IGUALDADE DA LEI
Há poucas terras para os espertos
Escassas sombras, rudes desertos,
Reis soberbos, fâmulos famintos.
A lei aplica-se a lei à maioria
Na lei às benesses à minoria,
Moral venal, direitos extintos.
Num quadro da ordem imperativa
Imagem morta de gente viva
Na favela dos homens distintos!
A IGUALDADE DA JUSTIÇA
Apesar de próximos, são estintos,
Em meio a módulos, labirintos,
De choças vivas, sufrágios válidos,
Que empodera a estirpe medonha
A impor a ordem infame que sonha
O cosmo dos desejos esquálidos
Estalado no vão do descuido
Do modesto há muito extorquido
Pelos brilhantes cidadãos cálidos.
DESGOVERNO
A ordem omissa em governos pálidos
Incapazes, lânguidos inválidos,
Exaure-se em si por inação.
Colga rindo a moral da república
Satirizando a verdade pública
Com escárnio fútil, danação,
De origens exordiais anárquicas
Nodoando as regras hierárquicas
Bases dos poderes da nação.
FALSA REALIDADE
Quando brilha a alienação
Mentes fúfias sem arguição
Expelem falsa realidade,
Engodo à coorte de venosos,
Que exalam estertores raivosos
Padrões atrozes d’antiguidade,
Formação social incomum
Que feri o século vinte um
Com a lança fatal da maldade!
No campo foi-se a simplicidade
Viver nas ruelas da cidade
Confinada a espera da morte!
Direita e esquerda, desdenhado
Humanos objetos definhando
A vida nos cavoucos da sorte,
Enquanto, a impostura prospera
A indignidade da massa gera
Um País sem imagem nem porte!
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