A vida o quadro, o viver uma arte
Pintado em airosas cores vivas
Gestos nobres, entregas altivas,
Amor ao próximo sem descarte
Posições gentis por toda parte
Gentilezas, ações nas andanças
Pregando o conceito de mudanças
Considerando as adversidades
Quem na vida não teve amizades,
Jamais será causa de lembranças.
E, se por questões ideológicas
Nascerem concussões, diferenças,
Invectivas morais desavenças,
Influencias ferais psicológicas
Ou (puras) razões sociológicas
Nutridas de repulsas cobranças,
Factoides, negações esquivanças,
Nuances de vãs frivolidades:
Quem na vida não teve amizades
Jamais será causa de lembranças.
São talvez enganos cometidos
Ou quem sabe desvios de empatia,
Adquiridos por falsa ousadia
Sem que os dons sejam bem aferidos
Tais falhas já não fazem sentidos
Pois ferem as boas venturanças
Encorajando ódio, desesperanças
Concedendo espaços às vaidades:
Quem na vida não teve amizades
Jamais será causa de lembranças.
Esse mundo meu Deus, eu não aceito!
Vejo-o como mísero prosterno
De joelhos aos donos do inferno
Humanos que fogem do respeito.
Indolentes seres sem conceito,
Que se mostram como lideranças
Das rapinas, ardis e lambanças,
Instrumentos das iniquidades:
Quem na vida não teve amizades
Jamais será causa de lembranças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário