Há bolsos esganados, insondáveis!
Míseros, insaciáveis homófagos,
Sôfregos desprezíveis hematófagos,
Sedentos predadores indomáveis.
Velhacos espertos incontroláveis,
Sólitos fiéis às práticas sádicas,
Metódicas fluem emoções fádicas
Num místico de afáveis sensações,
Que suscitam às fatais ambições
Nos fossos das mentiras esporádicas.
Na gorja longa de algibeira farta
Abusos de usura sobre os barracos,
Atalham a abundância aos mais
fracos
Com a mesma orexia da lagarta,
Fenômeno faminto que se ensarta
Em transmutação, disfarce,
trapaças
Gala, ostentações, mortes,
desgraças,
Rompantes exclusivos dessa gente
Produzidos na estupidez da mente
Para o bazar dos golpes e
ameaças.
A miséria instituto rentável,
Que fomenta projetos de poder
A lunático sádico ascender
Ao panteão da nobreza execrável,
Que formula doutrina formidável
Nos cavoucos das ideias fatais
Portadoras de mensagens mortais
Ao longo dos séculos fez história
Das ferezas gravadas na memória
Os débitos das praticas letais.
Como a traça cuida, a curta vida,
Em sua casca pênsil a parede,
Assim, a escol na paz de sua rede
Maquina ardis da forma mais
fingida!
Sob o dossel de tão leve guarida
Finge-se decente aos olhos da rua,
Cobiça velada, honradez nua,
Valores escusos por excelência
Zelados no horto da consciência
Da prole que o hábito
perpetua.
MÁRIO BENTO DE MORAIS.
Muito realista. Parabéns Na Rio Bento.
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