Em 21 de setembro de 2016, escrevi um texto que
ostentava a pertinácia dos aldeões da nossa terrinha, em aceitarem os nomes dos
nossos conterrâneos Dr. Jefferson Marinho Morais e da Dra. Eva Lucena, que na
época, seriam possíveis, candidatos únicos, para disputarem os cargos de
prefeito e vice-prefeito respectivamente, à ninfa melindrosa do bom e amado
Vale do Sabugy.
Porém, depois de
algumas refregas de eleitores do partido da situação acostumados aos
mimos lhes oferecidos pela sua “honesta” fidelidade; as torturas dos aliados
especialistas em nichos e as fanfarronices dos venais, sufragistas que em época
de campanha política estão sempre expostos nas gôndolas do supermercado
eleitoral brasileiro, chegaram por fim a um acordo. E para nossa alegria,
soubemos posteriormente, que aos poucos, os ânimos exaltados sem um motivo
aparente que os justificassem se arrefeceram e as candidaturas foram
efetivadas. Essa notícia nos fora consoladora, haja vista, na Democracia sempre
prevalece o debate construtivo, a crítica modeladora de ideias, o consenso com
vistas à legalidade, a justiça e ao bem comum.
Alguns críticos
da terrinha viram nesses entreveros infantis, insatisfações meramente afetivas
a um passado apático e insolvente. Passado esse recheado e florido, às vezes,
de benesses injustificáveis para alguns apaniguados que teimavam em resistir
ferozmente a não se ilharem do poder que os alimentava em suas distrações
morais, mas, no entanto, e para o triunfo do bem venceu o bom senso, e eis que
os filhos da aldeia antes submetidos à resistência dos néscios foram eleitos
prefeito e vice-prefeito, na ordem devida, carregados de bons propósitos
organizacionais e administrativos, um início exitoso!
Agora, em 2020,
haverá novas eleições para os cargos de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores
em todos os municípios do País. São Mamede terá dois nomes de grupos
“opostos”, que estão em evidencia disputando a vaga de prefeito. Sendo que um
desses nomes está no cargo e busca a reeleição, e o outro nome já ocupou a
cadeira de prefeito de 2005/2008, e agora quer voltar. São duas grandes histórias que
se submeterão ao crivo dos São-Mamedenses, no pleito que se aproxima. Dois
importantes filhos da nossa terra que merecerão todo nosso respeito. Então
vamos conter a nossa língua para não ferir quem não deve ser ferido sem motivos.
O nosso veneno
não pode ser pulverizado para denegrir a imagem de pessoas idôneas, numa clara
tentativa de desqualificar e humilhar para satisfazer o ego macabro das
mesquinhas questões políticas. Lembre-se do que foi dito: “os mansos herdarão a
terra e nela viverão”.
No entanto, ao
invés de causarmos danos às imagens dos candidatos com as nossas ironias
cáusticas, devemos exortá-los aos debates, exposição de projetos que visem à
criação de emprego e renda; adoção de medidas claras pós-pandemia, para saúde,
educação, cultura, higiene e limpeza pública, mobilidade urbana, políticas
sociais que tratem da criança e do adolescente com efetivo combate as drogas;
quais propostas para população da melhor idade e ainda como será a política
habitacional para os próximos quatro anos?
As picuinhas
político-partidárias não devem interferir nesse momento importante para a vida
da nossa cidade. O que vale mesmo é compartilhar propostas e sugerir ideias
criativas e inovadoras para o futuro do nosso querido rincão.
Procurar sempre
dar preferência a utilização da economia colaborativa, não como imposição,
mas como alternativa às dificuldades encontradas pela nossa cidade para gerir
seus recursos, considerando às demandas de serviços inerentes aos seus cidadãos.
De modo que não
é conveniente enxergar o futuro pelo espelho quebrado, nem seguir as
orações dos monges do atraso, mas tentar discernir o novo que estar à porta.
A letargia que norteou o passado não tem mais lugar no presente e nem pode estar á sombra do futuro, porque já fomos grandes sem nunca deixar de sermos nanicos.
João Pessoa, outubro de 2020
Mário Bento de Morais
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