Em 28 de
janeiro de 1762, Manoel Tavares Bahia, recebia por doação as terras, onde hoje
é o município de São Mamede, através da Sesmaria nº 568. Na petição dirigida ao
representante da Coroa que governava a Paraíba, o Sr. Francisco Xavier de
Miranda Henriques, “o futuro sesmero alegava que “já era” senhor
e possuidor de um sítio de terras de criar gados “vaccum cavallar” na ribeira
do Sabugy, e que teria adquirido por compra, chamado São Mamede”. Muito Bem! “O
verbo “ser” no passado” anteposto pelo advérbio de tempo “já”, é a prova cabal
de que o sesmero penitente já estava na ribeira há um bom tempo. Já quanto ao
fato dele afirmar ter comprado às terras deixa duvida, pois não informa no
corpo da petição o nome do antigo proprietário, o que deveria ter feito e não o
fez.
A fim de
provar através de documento oficial que o Sr. Manoel Tavares Bahia, já era
mesmo “proprietário” do sítio São Mamede, e que, talvez, tenha sido ele o autor
do nome do sítio “São Mamede”, pois pela característica do seu nome era
Português ou descendente e tinha realmente a patente de Capitão, vejam o que
afirma a seguinte Sesmaria: SESMARIA Nº 453 EM 19 DE SETEMBRO
DE 1757. O alferes Antonio dos Santos Vasconcelos, morador no sertão
das Espinharas desta Capitania, que na ribeira do Sabugy tinha descoberto
terras devolutas, que nunca tinhão sido povoadas entre a dita ribeira de
Espinharas e Sabugy em um Riacho chamado do Meio, que nascia da Serra das
Preacas e fazia barra no Rio Sabugy na estrada velha que das Espinharas pra o
dito Sabugy e atravessa a estrada o dito Riacho do Meio, que pela do sul
contesta com as terras do Capitão Antonio Dias Antunes e pelo norte com as
terras do Capitão Manoel Tavares Bahia e pelo poente com as do
defunto Antonio de Souza Marques ou seos herdeiros e pelo nascente com terras do mesmo
Manoel Tavares Bahia; e porque elle supplicante carecia de terras para povoação de
seos gados, pretendia três léguas de terras de comprido e uma de largo por data
de sesmaria no logar confrontado, fazendo peão na mesma travessa no Riacho nomeado,
com duas legoas para cima e uma para baixo e meia para cada banda ou como
melhor conveniência lhe fizesse. Fez-se a concessão requerida, no Governo
de José Henrique de Carvalho.
Percebe-se
que em 1757, portanto cinco anos antes de Manoel Tavares Bahia, receber a sua
carta de data de Sesmaria das terras do sítio São Mamede; o alferes Antonio dos
Santos Vasconcelos peticionou pedido de concessão de terras ao Governo de José
Henrique de Carvalho, conseguindo-a através da Sesmaria nº 453. Nada, portanto,
altera a regularidade da doação das terras se não fossem as contestações dessas
terras, observe: (...) pelo norte com as terras do Capitão Manoel Tavares Bahia
(...) e pelo nascente com as terras do mesmo Manoel Tavares Bahia (...). Não
queremos criar nenhuma polêmica com a História da nossa terra, apenas rever
alguns pontos obscuros que merecem ser discutidos e postos às claras.
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