domingo, 28 de setembro de 2025

JESUS, PERSEGUIDO

Ainda muito criança

Teve que ser exilado,

Fugiu por perseguição

Pra não ser supliciado.

Jesus, verbo da esperança

Sofre com essa mudança,

Mas protegido por Deus,

Que guardou, aquele menino,

De Herodes, o assassino,

Mas foi mártir dos Judeus.


Ocultou-se lá no Egito

Toda família sagrada,

Jesus, Maria e José,

Fizeram dura jornada,

Perigosa, estressante

Pelo deserto escaldante

Narrado por São Mateus,

Com brilhante descortino

De Jesus Cristo, Divino,

Vítima atroz dos Judeus.


Revelado a São José

Em sonho o fato ocorrido,

Deus, o Senhor avisara

Que o algoz tinha morrido.

Vá pegue a Mãe, o menino,

Para cumprir o destino

Volte a terra dos hebreus

Pois, não há mais desatinos,

Jesus resiste, os assassinos,

Mas foi mártir dos Judeus.


Quem trama a morte de alguém

Com certeza é assassino!

Herodes matou crianças

Por seu cunho raposino

Em defesa do poder

Pois, não queria perder,

Mas seus instintos sandeus

Deram-lhe dote ladino,

Jesus não morreu menino,

Mas foi mártir dos Judeus.


O poder leva a loucura

Tira o senso, cega, mata;

Lerdo transforma-se em mito

De índole sociopata,

Engana a lei dos iguais

Pra tornar o povo eguais

Com seus transes de asmodeus,

Acordando os dons felinos

Dos romanos libertinos,

Que venceram os Judeus.

 

Jesus medrou belo e forte

Em meio a lentos doutores,

Que viam a lei, não o homem

Sem mensurar suas dores.

Mas Jesus, chegando ao templo,

Quando menino, deu exemplo,

Sobre a lei que os fariseus

Liam, como um filistino,

Mais tarde, aquele menino

Foi mártir pelos Judeus.


Jesus disse: a lei só é boa

Quando seu fruto é justiça,

Ao inverso, puna-se a lei,

Pra se evitar a cobiça,

Que pode contaminá-la

Com chicanas nodoá-la

E manchar os dogmas seus

Por seus falsos libertinos,

Que na pele de rabinos

Dominavam os Judeus.


A lei boa não escraviza

Educa com equidade!

Não condena o inocente

Nem lhe dar imunidade.

Age conforme a razão

licitude, correção,

Para ricos ou plebeus

Seguirem com seus destinos

Gentios ou palestinos,

Não só apenas os Judeus.


Antes de chegar a hora

De cumprir as escrituras,

Na Festa de Canaã,

Sua Mãe viu as agruras

Dos que serviam ao enlace,

Disse a Jesus face a face,

Os nossos hosts Galileus

Faltou-lhes vinhos taninos,

Jesus com seus Dons Divinos

Fez sinais para os Judeus.


Jesus disse: a minha hora

Ishá, ainda não chegou!

Porém, a virgem sabia

E como Mãe se apressou

E disse sem duvidar

Façam o que Ele mandar,

Cumpram como os natineus

Povo dos dons genuínos

Para os serviços divinos,

Que também eram judeus.


Jesus viu seis grandes talhas

E disse para os serventes

As encham todas com água

Sob os olhares presentes,

“Transformou a água em vinho”

Abluindo, então o caminho

Para conquistar os seus

Irmãos sem voz, pequeninos,

Escravos ou libertinos,

Gentios e os não judeus.


Após a festa, a notícia

Do milagre varreu o mundo,

Aldeia, templo, sinédrio,

Sentiram algo profundo:

Era o Messias chegando

Entre os seus anunciando

Ali a presença de Deus

Único, absoluto trino,

Senhor sublime, Divino

Mas foi mártir dos Judeus.


No fim da festa das bodas

O mestre disse à cada um

Dos irmãos, a Mãe aos discípulos,

Vamos à cafarnaum!

Pregarei lá a “Boa Nova”

E do meu Pai darei prova

Para todos Galileus,

Que já foram peregrinos,

Que já foram peregrinos

Tratados de valdevinos

No Egito, os irmãos Judeus.


Chegando a cafarnaum

Recobrou a sogra de Pedro

Recuperou o paralitico

Sob reprovo do sinedro.

E sem se dá a acepção

Atendeu ao centurião

como O fazia aos Galileus

Soberbos ou pequeninos,

Jesus, nos planos Divinos,

Que veio para os judeus.

 

Ainda em Cafarnaum

Curou o endemoniado;

O entrevado que os amigos

O inseriram pelo telhado

Da casa aonde ensinava

Que o Reino se aproximava

Como presente de Deus

Até para os sem destinos,

Jesus, nos planos Divinos,

Que veio para os Judeus.


Saiu de cafarnaum

E para Naim seguiu

Ressuscitou o filho único

Da viúva e, repartiu

A palavra com o povo

Ensinando um reino novo

Para gentios, Hebreus,

Sem endosso dos Rabinos

Religiosos ladinos,

Monstros dos sonhos Judeus.


A notícia dos milagres

Que Jesus fez na Judeia,

Espalhou-se em toda parte

Desde o campo a assembleia,

Era o amor florescendo,

A justiça, a paz nascendo,

Nas terras dos Macaréus,

Para elite e campesinos,

Velhos, mulheres, meninos,

Pertos do reino de Deus


João Batista, o Profeta

Quis saber então dos fatos

Da notícia que corria

Ou se eram meros boatos.

Enviou dois seguidores

Para o Senhor dos Senhores

Diga: em nome de Deus,

Vós sois do plano divino?

O cordeiro peregrino,

Que veio para os Judeus?


Jesus disse: sim, “EU SOU”.

Voltem e digam à João:

Cegos veem, surdos ouvem,

Todos têm a salvação.

Quem ver a MIM, ver o PAI,

Para o abismo não vai

Por culpa dos erros seus

Porque os farei hialinos,

Homens limpos, cristalinos,

Estrangeiros e judeus.


Em seguida os seguidores

Que João mandou a Jesus,

Levaram a Boa Nova

Ao mensageiro da luz.

Do qual Jesus observou

Às multidões e exortou

João nos planos de Deus,

Como postilhão Divino,

Muito embora sibilino,

Pra cognição dos Judeus.


João clamou no deserto

Para o arrependimento

Dos pecados cometidos

Motivo de sofrimento

De um povo perseguido

Atormentado sofrido,

Vítimas dos saduceus,

Aristocratas maldosos,

Perversos e poderosos,

Fina usura dos judeus.


Jesus, o filho do Homem,

Disse com a voz destemida:

“EU SOU” e ainda conclui,

Caminho, verdade e vida.

Siga-me os atormentados,

Pobres, marginalizados

Esquecidos, filhos meus,

Qu’Eu os tornarei meninos

Para sempre pequeninos:

“Não temais, porque sou Deus”


Os fatos incomodavam

Ao Sinédrio repressor!

Que engendrou uma narrativa

D’um Jesus agitador.

Herege, louco, blasfemo,

Que se levantou ao extremo

E se fez filho de Deus;

Esse é um dos desatinos

Citados pelos rabinos

Para incitar os judeus.


A mentira do sinédrio

Triunfou sobre a justiça,

Condenou-se um inocente

Preservando-se a cobiça

D’uma elite religiosa,

Facínora, insidiosa

Da seita dos Saduceus,

Que negava dons divinos,

Pois seus instintos malinos

Desagradavam a Deus.


Pra legitimar a trama

arquitetada no plano,

Era preciso a chancela

Do governador Romano.

Mas Pilatos compelido

Para não ser envolvido

Em assuntos extraneus,

Como fazem os cretinos

Inocentes, mas vulpinos,

Um comparsa dos judeus.


Em vão perguntou Pilatos,

Que crime Ele cometeu?

Gritos de crucificai

Vibraram no ego Hebreu.

Pilatos lavou as mãos,

Compreendeu que os irmãos

De Jesus, filho de Deus,

Eram malditos raposinos

Com seus instintos rapinos

Mas, todos eram judeus.


Cravaram Cristo na Cruz

Sob humilhação, torpeza,

Indiferença, maldade,

Causando à terra tristeza!

Tremiam os horizontes

Os mares, rios e fontes

Clamando justiça a Deus

Para a corja de assassinos,

Que atendiam por rabinos

Conselheiros dos judeus.

 

 

 

 

 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

O QUE É LIBERDADE? O QUE É MANIFESTAÇÃO?

 A liberdade assim como a manifestação deve ter peso e medida. Um fato inopinado impacta muito o entorno, gera comoção, tudo por ser uma despedida surpreendente, que não podemos ter o direito se quer de desconvirmos ou evitarmos.

A mão impiedosa de um assassino está sempre apta a causar o mal, sem que ninguém a detenha ou será que a morte que ninguém (de bom senso) desejava foi uma  desatenção de Deus? Creio que não. O assassino e a mão agem de formas imprevisíveis, isto porque um é a extensão do outro sob o comando do cérebro, formando o trinômio forjado pelo diabo. 

A morte violenta do senhor Charlie Kirk, lá nos Estados Unidos, é uma dessas, que causam reações diversas. Umas lamentam a forma violenta, cruel e traiçoeira, que impossibilitou a defesa da vítima, outras de forma veemente e desumana, num estado de desarmonia interna, aplaudem, considerando as ideias que as pregava. “Tiago 1:19, “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se”.


Mário Bento de Moras

BOAS E MÁS IDEIAS NO MUNDO LIVRE

As boas ideias são formadas geralmente, em ambientes saudáveis, onde há incentivos a diversidades de experiências e perspectivas de inovações, e que às vezes, sem se quer demonstrarem relação de afinidade, com pessoas ou conhecimentos. Como algo vivo evolui, cresce com o tempo, ajusta-se e se harmoniza para trazer o bem comum. Assim, são as ideias que as mentes brilhantes ofereceram à humanidade.  

As más ideias são elaboradas em cavoucos tóxicos, inflamado de ódio, ganância, quase sempre derrotista, que infeccionam corpos e mentes com alta índice de contaminação. Essas ideias más têm no seu interior profundo o vírus da discórdia, da maldade. Elas se parecem com o fogo que queima enquanto dura a lenha, mas algumas delas têm o poder da fênix, fingem-se morta para ressurgir na primeira oportunidade, quase sempre com o triplo do vigor e as incoerências antigas. 


Mário Bento de Morais

terça-feira, 9 de setembro de 2025

PROFANARAM-NA

Será que o Deus da religião é o mesmo Deus da Fé? Atenção não é dúvida, é apena uma pergunta. O Deus da fé, da minha fé, não é o mesmo Deus que a religião professa. A FÉ é a crença. É a confiança íntima no Deus vivo. É um estado próprio e individual de ser; já a religião, é de fato um sistema manifesto e coletivo de rituais externos, práticas de cada instituição em sua condição humana, as quais conforme seu entendimento, criam seus próprios gênios para “expressar essa fé.

Às vezes, pratica-se a Fé sem religião ou ao contrário, porque existe uma profunda separação entre a sapiência íntima que cuida do corpo e do espírito em Deus. Enquanto a sapiência externa, cuida e trata apenas de uma realidade adquirida ou aceita como norma, quase sempre imposta, pelos que estão em condição análogo de ungido ou de dono! A religião que não respeita os esforços físicos, intelectuais ou morais de uma comunidade, que dela se fez sua discipula, não pode sob nenhum pretexto, distanciar-se da boa vontade daqueles que fizeram do seu empenho uma profissão de fé; daqueles que achavam que construir uma Igreja para que pudessem ouvir a palavra de Deus em paz e que pensavam está presenteando o Céu aqui da terra, não imaginavam que essa dádiva num futuro próximo seria relegada às vontades desagradáveis de um pároco.

Mudar a concepção original de uma Igreja, é o mesmo que sem motivo assassinar a história de uma comunidade, sem o mínimo de defesa. O que em 1903 do século passado era uma capelinha, linda e bela, em 1930 do mesmo século, já era um monumento New Barroco exuberante, erguido pela comunidade sob o olhar esperançoso de Frei Martinho, construído as duras penas. 

Os bancos obra de arte de um carpinteiro da terra, que usou as técnicas adquiridas com os ancestrais, sem a anuência da comunidade foram adormecer noutras ermidas do município, quando deveriam estar em seu lugar de origem e para as capelas adquirir bancos novos.

Lembro-me da noite de 15 de abril de 2019, a Catedral de Notre Dame, fora destruída por um incêndio. O povo exigiu que a Catedral fosse restaurada nos mínimos detalhes e com as mesmas características, mas na minha terra, estranhos a Nossa Fé e alheio aos nossos sentimentos culturais, desrespeita a história dos nossos antepassados, quando se arvora a profanar o nosso BEM MAIOR, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

 

Mário Bento de Morais

 

  

 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

OS GOLPES - BRASIL DE POUCOS, MISÉRIA DE MUITOS.


A globo foi ferramenta

E lobby fundamental

Nas orquestrações dos Golpes

Para um Brasil serviçal

D’um estado estrangeiro,

Tirando do Brasileiro

A honra de cidadão

Pra fazer papel de bobo:

Se não boicotar a globo,

A globo atrasa a Nação.


Tudo bem arquitetado

Para enganar o País:

Ameaças comunista

Corriam pelos Brasis.

A globo tripudiava,

O Brasileiro penava

Preso a intimidação

Aos cordeiros, pele lobo:

Se não boicotar a globo

A globo atrasa a Nação.


O povo viveu desmandos,

Excessos, exploração                              

De golpistas renegados,

Mercadores de plantão

Da Mãe Pátria submetida

A uma força ensandecida

Que a impôs a servidão

A um povo de cunho probo:  

Se não boicotar a globo,

A globo atrasa a Nação.


Assassinatos, torturas,

Mortes, desaparecidos,

Cárceres de opositores,

Pesadelos, presumidos.

“Com Deus”, pregou-se o terror

Espalhando-se o horror

Pra durar a submissão

Fazendo o povo de hobo:

Se não boicotar a globo,

A globo atrasa a Nação.

 

A imprensa criou fantasmas

Com as suas reportagens,

Escaladas pra farsantes

Com espaçosas imagens

Só para empulhar o povo,

Que foi traído de novo

Com soberba enganação

Por um vil sistema ímprobo  

Se não boicotar a globo,

A globo atrasa a Nação.

 

Os golpes consolidaram

A submissão do Brasil,

Que aceitou passivamente

Demonstrando ser servil

Às vontades estrangeiras

Impostas e sorrateiras

Que inspiram indignação

Do povo, que causa afobo:

Se não boicotar a globo,

A globo atrasa a Nação.


O pobre deste País

Paga o preço da lerdeza,

Não suscita recomeço,

Porém, se curva a nobreza.

Domado consente a canga,

Nem o chicote lhe zanga

Abraçado a servidão

Sob as ordens do dorobo:

Se não boicotar a globo,

A globo atrasa a Nação.

 

 

 

 

 

 


sábado, 10 de maio de 2025

FREI MARTINHO JANSWEID - TUDO PELO EVENGELHO DO SENHOR JESUS CRISTO.



   

FREI MARTINHO JANSWEID, nasceu no dia 5 de dezembro de 1876, na cidade de Colônia Alemanha, não temos dados sobre os seus pais e adolescência, apenas do seu ingresso, aos 18 anos de idade, atraído pelos ensinamentos do Santo de Assis, na Ordem Franciscana dos Frades Menores, em 13 de maio de 1894. Na ordem manifestou um intenso sentimento religioso adquirido por influência das obras de São Francisco de Assis. O seu ardor vocacional, a ledice à catequese revelada e o amor ao próximo, levaram os superiores da Ordem na Alemanha, com apenas dois meses de noviciado, a lhe transferirem para região norte do Brasil. Contudo, foi num convento da Bahia, que estudou Filosofia e Teologia, ordenando-se sacerdote em 22 de dezembro de 1900, aos 24 anos de idade. Rito Sagrado da ordenação conferindo o Sacramento da ordem, fora realizado pelo Arcebispo primaz Dom Jeronimo Tomé da Silva. 

Ordenado sacerdote, chegou à Paraíba no ano de 1911, transferido pelos superiores da ordem Franciscana dos Frades Memores no Brasil. Na filha Das Neves, fora recebido pelo Arcebispo da Paraíba, Dom Adauto de Miranda Henriques, sem alarde como era seu hábito e sem pompas como lhe era afeito. Acolhido com a hospitalidade cristã dos Paraibanos, logo se devotou ao Colégio Seráfico Santo Antônio, ao qual, ofereceu-lhe outro nome, que representava muito bem o seu projeto – Escola Apostólica – que veio se servir num prédio contiguo a Santa Igreja de São Pedro Gonçalves, na nossa Filipéia. Com Espirito Franciscano, uma fé inabalável e uma vontade férrea de um grande pescador de almas, Frei Martinho não se ateve a apenas a Escola Apostólica, mas a propagar a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, promovendo retiros e missões para levar a divina palavra a todos principalmente, as pessoas que viviam nos mais distantes recantos da Paraíba. O mensageiro da fé em Jesus Cristo, para cumprir os seus compromissos e suas pregações, deslocava-se pelos caminhos da Paraíba, sempre sobre o lombo de um cavalo, pois não havia recursos de transporte viária, além do mais, as poucas estradas de terra que haviam na Paraíba eram quase intransitáveis, às vezes, fazia o percurso a pé, enfrentando as adversidades do sertão castigado desde os mais longínquos tempos. 

Em suas andanças missionarias, nos retiros espirituais, Frei Martinho atraia adeptos à reflexão da fé. A Missão Evangelizadora como partilha da mensagem de Jesus Cristo com o mundo; pois, assim disse Jesus em Marcos 16:15, “Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda Criatura”. Frei Martinho cumpria arrisca a ordem de Jesus, pregava o Evangelho e construía Igrejas. E foi assim, recém chegado à Arquidiocese da Paraíba no ano em 1911, que logo deu início a construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Bairro de Jaguaribe João Pessoa. E, enquanto tocava a construção da Igreja do rosário, simultaneamente outras quatro construções de igrejas também se realizavam, todas dedicadas à Nossa Senhora da Conceição. Em São Mamede, Taperoá, Itaporanga e Barra de Santa Rosa, além das construções belíssimas dessas Igrejas, legou ao povo Paraibano e Cearenses 17 Fraternidades Franciscanas. As Fraternidades fundadas em solo Paraibana foram: a de Cajazeiras, São João do Rio Peixe, Sousa, Catolé do Rocha, Itaporanga, comunidade Torrão do Janúncio, que em 1936, recebeu o nome Frei Matinho; as comunidades de Pombal e a de malta, não progrediram na fé e foram extintas. Sobre as Fraternidades fundadas no vizinho Estado do Ceará, por Frei Martinho, não tenho informações probas, que permita-me passar adiante.

O guerreiro da fé, Frei Martinho, em outubro de 1927, foi a Piancó com o desejo ardente, como sempre fizera em sua trajetória aqui na Paraíba, de fundar naquela comunidade uma Fraternidade Franciscana, mas logo se deu conta de que um clima de dissensões intensa e estável, pairava entre dois membros da mesma instituição e comunhão, a Igreja Católica, esta que persegue a fio o mesmo objetivo: o de anunciar a todos o evangelho e conduzir os pecadores a Jesus Cristo. A dissensão era entre os Padres Aristides Ferreira da Cruz e Padre Manoel Otaviano de Moura Lima. O padre Aristides, não respeitava o celibato, exigência para os Padres da Igreja Católica, de modo que vivia maritalmente com mulher e filhos. Terminou sendo assassinado sangrado pela coluna Prestes em fevereiro de 1926, ali mesmo em Piancó; Padre Manoel Otaviano, faleceu em 11 de abril de 1960, também em Piancó.

A efervescência missionaria de Frei Martinho pelas Comunidades da Paraíba, o espirito inquieto à propagação do Evangelho, a resiliência firme à fé, foram fulcros à homenagem do povo do Curimataú Paraibano, quando em 26 dezembro de 1961, a comunidade Frei Martinho, que antes se chamou de Torrão do Janúncio, fora emancipada, agora município – demonizado de Frei Martinho, justo láurea.

Sobre as datas das edificações das Igrejas, a de Nossa Senhora do Rosário, teve iniciou em 1911; temos também uma provável informação sobre a obra da Igreja de Nossa Senhora da Conceição em São Mamede. A minha avó materna Rosa Galdino de Lucena, ainda estava lúcida, quando em conversas contava pra gente, seus netos, eu era um dos seus ouvintes, que nasceu em 1906 em São Mamede. Época em que se deu início a construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Nas histórias que contava, ela e outras adolescentes da comunidade, incentivadas pelos próprios pais, iam ao Rio Sabugy, ali bem próximo, com pequenas vasilhas, para pegar areia material imprescindível à construção; conforme minha Vó, ela havia acabado de fazer 13 anos de idade, portanto, dá para se imaginar, que a Igreja de Nossa Senha da Conceição em São Mamede, teve início aí por volta de 1919. Ainda sobre fatos ocorridos durante a construção, ela contava também, que Frei Martinha, certo dia estava observando e orientando os trabalhos dos pedreiros, quando um deles ao pegar um tijolo para fazer o assentamento na parede, sofreu um machucão e soltou um palavrão. De pronto Frei Martinho o repreendeu, o pedreiro pediu desculpou e em seguida, o Frei pediu para o pedreiro descartar aquele tijolo e o destruísse, porque aquele tijolo não podia mais fazer parte daquela obra Santa. O que de imediato fora feito pelo pedreiro.

A minha mãe, Severina Lucena de Morais, nasceu em 20 de outubro de 1922, em São Mamede, era filha de Rosa Galdino de Lucena e de Venâncio Evangelista dos Santos, meus avós maternos. A minha Vó, Rosa Galdino, casou-se aos 13 anos de idade, em 1919, no mesmo ano em que carregou areia para construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição e, aos 16 foi mãe da minha mãe, primogênita, que pela graça de Deus fora batizada por Frei Martinho, no fim 1922, do qual tornou-se uma devota fervorosa.

 O incansável arquiteto pela fé, Frei Martinho Jansweid, filho do Deus Vivo, durante 19 anos esteve à frente das construções das Igrejas, dos retiros e das ações missionarias. Algumas Igrejas como a de São Mamede, a de Taperoá e a de Barra de Santa Rosa, ou foram finalizadas ou semifinalizadas por ele. Uma das Igrejas que não foi realmente finalizadas, por Frei Martinho, foi a Igreja de Itaporanga, que ficou na altura do altar. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário em João Pessoa, foi concluída no ano de 1929, um ano antes de sua morte.

No período da Pascoa de 1930, o anjo de Deus aqui na terra, Frei Martinho, fora alvo de uma fortíssima gripe, que o impossibilitou de continuar com a sua missão, que era oferecer aos pecadores uma casa de orações para se aproximarem de Deus. Porém, sentindo a sensação de que algo ia acontecer, decidiu voltar à João pessoa, no entanto, o seu intenso estado de febre o obrigou fazer uma parar em Soledade, sendo, por conseguinte, acolhido pelo Provincial Frei Amadeu, que finalmente o conduziu à capital. No dia 26 de julho de 1930, o arcebispo que o recebeu em 1911, Dom Adauto de Miranda Henriques entregou-lhe a bênção e dele se despediu. No dia 27, Frei Martinho, ainda teve forças para pedir a extrema-unção e o Santo Viático em seguida perdeu os sentidos e no dia 28 de julho de 1930, morreu aos 54 anos, destes 35 de vida Franciscana e 30 anos de ministério presbiteral, o seu corpo descansa em paz na cripta da Igreja do Rosário, no Bairro de Jaguaribe, onde recebe visitas dos seus fieis o ano todo.

 

João pessoa – Paraíba, 02 de maio de 2025.

 

Mário Bento de Morais

 

Referências bibliográfica:

 

Textos de Hilton Gouveia – Jornal União e outros do mesmo autor;

História de domínio popular em São Mamede;

Textos da internet analisados para fazerem parte deste trabalho;

A fotografia de Frei Martinho, arquivos de minha Mãe – Severina Lucena de Morais;


 

 

 

 

domingo, 27 de abril de 2025

A INSALUBRIDADE DAS CASTAS


Negaram-me viver na minha terra

Fanando-me o meu singular desejo,

Era a casta esmagando-me de pejo

Numa brutal e desumana guerra.

 

Deixei-a levando apenas quimera

D’um mundo feliz que distante vejo,

No entanto, nada, nada mais almejo,

Pois as afrontas me tornaram fera.

 

Forâneo aos meus, pela força incomum,

Que atiçava na lide cada um,

Julgando-me de homem perigoso.

 

Porém, fausto parti consciente,

Alma dócil, coração senciente

De paz para o renascer venturoso.