Agora que eu sou prefeito
De fato e de direito
Conforme a lei de demanda
Da política de franquia
Verdadeira anarquia
Num esquema de ciranda.
Com status de laranja
Vou ao menos dando canja
Como o líder da cidade
Meu ofício é assinar
Notas frias sem olhar
Falsificando a verdade.
Meu projeto é sair rico
Para o povo nada explico
Porque não lhe devo nada,
Comprei voto, fiz promessa,
Levei todos na conversa
Dei baile na ciganada.
Tenho teses com bons planos
Pra mentir por oito anos
Explorando o meu tesouro,
Florão que o sumo Mathias,
A chamou com empatias
"Penosa dos ovos d'ouro".
Lumpen da madre mamparra,
Cresci degustando a farra,
Que se dava por esbulho.
Do sonho que medra o povo,
Porém, só havia aprovo
Com rateio do bragulho.
Nunca tive ocupações
Vivi sob boas ações
Do social coletivo
Gozando de privilégio,
Farta mesa, bom colégio
Por mérito impositivo.
As borgas da juventude
Boçais aos dons da virtude,
Negam-me ter o redil.
Mas o metal delirante
Continua dominante
Sob arbítrio do ardil.
As custas da consciência
Estimulam dependência
Com seus fins alucinógenos
Para os broncos usuários,
Que nas mãos dos temerários
Os tolos serão lisógenos.
Porém, só sei que é assim
Perpetua-se tudo enfim
Por razões sempre banais
Dos férteis oportunistas,
Falsários protagonistas
De atos irracionais.
São parasitas lendários,
Que mistificam otários
Urdindo-lhes a cobiça,
Mas lhes tardam a verdade
Com astúcias, por maldade,
Pra nodoar a justiça.
Mesmo assim eu sou prefeito
De fato e de direito,
Em meio a forte ciranda
Da política de franquia
Verdadeira anarquia
Porque a súcia, é que manda!
Mário Bento de Morais
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