Será que o Deus da religião é o mesmo Deus da Fé? Atenção não é
dúvida, é apena uma pergunta. O Deus da fé, da minha fé, não é o mesmo Deus que
a religião professa. A FÉ é a crença. É a confiança íntima no Deus vivo. É um
estado próprio e individual de ser; já a religião, é de fato um sistema
manifesto e coletivo de rituais externos, práticas de cada instituição em sua condição
humana, as quais conforme seu entendimento, criam seus próprios gênios para
“expressar essa fé.
Às vezes, pratica-se a Fé sem religião ou ao contrário, porque
existe uma profunda separação entre a sapiência íntima que cuida do corpo e do
espírito em Deus. Enquanto a sapiência externa, cuida e trata apenas de uma
realidade adquirida ou aceita como norma, quase sempre imposta, pelos que estão
em condição análogo de ungido ou de dono! A religião que não respeita os
esforços físicos, intelectuais ou morais de uma comunidade, que dela se fez sua
discipula, não pode sob nenhum pretexto, distanciar-se da boa vontade daqueles que
fizeram do seu empenho uma profissão de fé; daqueles que achavam que construir
uma Igreja para que pudessem ouvir a palavra de Deus em paz e que pensavam está
presenteando o Céu aqui da terra, não imaginavam que essa dádiva num futuro
próximo seria relegada às vontades desagradáveis de um pároco.
Mudar a concepção original de uma Igreja, é o mesmo que sem motivo assassinar a história de uma comunidade, sem o mínimo de defesa. O que em 1903 do século passado era uma capelinha, linda e bela, em 1930 do mesmo século, já era um monumento New Barroco exuberante, erguido pela comunidade sob o olhar esperançoso de Frei Martinho, construído as duras penas.
Os bancos obra de arte de um carpinteiro
da terra, que usou as técnicas adquiridas com os ancestrais, sem a anuência da
comunidade foram adormecer noutras ermidas do município, quando deveriam estar em
seu lugar de origem e para as capelas adquirir bancos novos.
Lembro-me da noite de 15 de abril de 2019, a Catedral de Notre
Dame, fora destruída por um incêndio. O povo exigiu que a Catedral fosse
restaurada nos mínimos detalhes e com as mesmas características, mas na minha
terra, estranhos a Nossa Fé e alheio aos nossos sentimentos culturais,
desrespeita a história dos nossos antepassados, quando se arvora a profanar o
nosso BEM MAIOR, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Mário Bento de Morais
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