terça-feira, 9 de setembro de 2025

PROFANARAM-NA

Será que o Deus da religião é o mesmo Deus da Fé? Atenção não é dúvida, é apena uma pergunta. O Deus da fé, da minha fé, não é o mesmo Deus que a religião professa. A FÉ é a crença. É a confiança íntima no Deus vivo. É um estado próprio e individual de ser; já a religião, é de fato um sistema manifesto e coletivo de rituais externos, práticas de cada instituição em sua condição humana, as quais conforme seu entendimento, criam seus próprios gênios para “expressar essa fé.

Às vezes, pratica-se a Fé sem religião ou ao contrário, porque existe uma profunda separação entre a sapiência íntima que cuida do corpo e do espírito em Deus. Enquanto a sapiência externa, cuida e trata apenas de uma realidade adquirida ou aceita como norma, quase sempre imposta, pelos que estão em condição análogo de ungido ou de dono! A religião que não respeita os esforços físicos, intelectuais ou morais de uma comunidade, que dela se fez sua discipula, não pode sob nenhum pretexto, distanciar-se da boa vontade daqueles que fizeram do seu empenho uma profissão de fé; daqueles que achavam que construir uma Igreja para que pudessem ouvir a palavra de Deus em paz e que pensavam está presenteando o Céu aqui da terra, não imaginavam que essa dádiva num futuro próximo seria relegada às vontades desagradáveis de um pároco.

Mudar a concepção original de uma Igreja, é o mesmo que sem motivo assassinar a história de uma comunidade, sem o mínimo de defesa. O que em 1903 do século passado era uma capelinha, linda e bela, em 1930 do mesmo século, já era um monumento New Barroco exuberante, erguido pela comunidade sob o olhar esperançoso de Frei Martinho, construído as duras penas. 

Os bancos obra de arte de um carpinteiro da terra, que usou as técnicas adquiridas com os ancestrais, sem a anuência da comunidade foram adormecer noutras ermidas do município, quando deveriam estar em seu lugar de origem e para as capelas adquirir bancos novos.

Lembro-me da noite de 15 de abril de 2019, a Catedral de Notre Dame, fora destruída por um incêndio. O povo exigiu que a Catedral fosse restaurada nos mínimos detalhes e com as mesmas características, mas na minha terra, estranhos a Nossa Fé e alheio aos nossos sentimentos culturais, desrespeita a história dos nossos antepassados, quando se arvora a profanar o nosso BEM MAIOR, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

 

Mário Bento de Morais

 

  

 

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