Não queira ser feliz pela metade,
Porque o astroso o é do mesmo tanto,
A diferença estar em cada planto
Tomado pela alheia má vontade.
De fato, no fosso da tempestade,
Encontra-se sempre a falsa impressão
Atirada em rosto com a expressão:
Palerma - terno da sociedade -
O povo tem fome de liberdade,
Os poderosos jantam a opressão.
O bem se completa com o respeito
Quando se o tem deveras a si mesmo,
Porém, alguns decidem viver a esmo,
Mas não se exclui o seu natural direito,
Embora um tanto se torne sujeito
A adoba que os conduz a concessão
Aceitando indolente transgressão
Obrigada pela necessidade,
O povo tem fome de liberdade,
Os poderosos jantam a opressão.
Aqui a nova forma de humilhar
Passa pela sujeição democrática
Necessária em meio a vida prática
Sob o ódio da fórmula de agrilhar
Pelos vis que não querem partilhar
Porque desejam manter sob pressão.
A loucura maldita da agressão,
Que fere de morte a realidade
O povo tem fome de liberdade
Os poderosos jantam a opressão.
A vaidade é o maná da injustiça,
Que sufoca os cantares da esperança
Cerceando o favor da temperança
Desistindo da bondade castiça,
Contudo, negar o bem enfeitiça
O tolo domável à submissão
Que o fez afeito sempre a invissão
Por natureza da má insanidade
O povo tem fome de liberdade,
Os poderosos jantam a opressão.
Mário Bento de Morais
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