segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O POVO TEM FOME DE LIBERDADE/OS PODEROSOS JANTAM A OPRESSÃO

 

Não queira ser feliz pela metade,

Porque o astroso o é do mesmo tanto,

A diferença estar em cada planto

Tomado pela alheia má vontade.

De fato, no fosso da tempestade,

Encontra-se sempre a falsa impressão

Atirada em rosto com a expressão:

Palerma - terno da sociedade - 

O povo tem fome de liberdade,

Os poderosos jantam a opressão.


O bem se completa com o respeito

Quando se o tem deveras a si mesmo,

Porém, alguns decidem viver a esmo,

Mas não se exclui o seu natural direito,

Embora um tanto se torne sujeito

A adoba que os conduz a concessão

Aceitando indolente transgressão

Obrigada pela necessidade,

O povo tem fome de liberdade,

Os poderosos jantam a opressão.


Aqui a nova forma de humilhar

Passa pela sujeição democrática

Necessária em meio a vida prática

Sob o ódio da fórmula de agrilhar

Pelos vis que não querem partilhar

Porque desejam manter sob pressão.

A loucura maldita da agressão,

Que fere de morte a realidade

O povo tem fome de liberdade

Os poderosos jantam a opressão.


A vaidade é o maná da injustiça,

Que sufoca os cantares da esperança

Cerceando o favor da temperança

Desistindo da bondade castiça,

Contudo, negar o bem enfeitiça

O tolo domável à submissão

Que o fez afeito sempre a invissão

Por natureza da má insanidade

O povo tem fome de liberdade,

Os poderosos jantam a opressão.


Mário Bento de Morais

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