segunda-feira, 12 de agosto de 2024

A VERGONHA AVANÇA


As disputas pelas bocas

Ganham pautas nos jornais,

Os delinquentes em guerras,

Rixas brutas infernais,

O pó ditando o terror

Carnificina, horror,

O mal em caricaturas.

O massacre continua

Sob as mãos da dama-nua

Em suas descomposturas.


As formas dessas disputas

Diferem, porém, iguais -

As duas matam - são drogas,

Que embustecem os eguais.

Com seus modos singulares

Agridem a vida, os lares,

Em meio as cruéis torturas

Perversas vis ameaças,

Promessas chulas, trapaças,

Pilhagens nas conjunturas.


Fazem parte d'uma estrutura

Que esquadrinha a dor, a morte,

Lucra conforme a miséria

Do pobre infeliz sem sorte,

Massa fértil de manobra,

Ralé, indesejável sobra

De malditas conjecturas.

Presa dos lobos-da-terra,

Vítima fatal d'uma guerra,

Que se dar ás aventuras.


Muitos cheiram pra morrer

Outros morrem por fumar,

Uns matam pelo poder

E assim poderão premar,

Com pensamentos maldosos

Mesquinhos, insidiosos,

Os zumbis das desventuras.

Entre dois mundos atrozes

Foros de deuses ferozes,

Que se atem as imposturas.


Mário Bento de Morais

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