quarta-feira, 17 de julho de 2024

MOTE/COM AS BENÇÃOS SOLENES DA JUSTIÇA/CRIMINALIZA-SE A HONESTIDADE


As chicanas povoam o direito

Para postergar ou impor embaraços,

Daqueles do tipo João sem braços,

Que ferem os aspectos do conceito

Sorvendo a moral proba do respeito

Jurídico, desviando a verdade,

Do caminho da santa liberdade

Torturada pelo ego da cobiça:

Com as bençãos solenes da justiça

Criminaliza-se a honestidade...


Nos tribunais os recursos desabam

Pelas vias vivas das veniagas,

Amoitadas por trás das contas pagas

Tradições que nunca se acabam,

Nas coxias os atores se gabam

Dos atos cênicos de iniquidade

Em cartaz nos teatro da cidade

Apresentando lotação maciça:

Com as benções solenes da justiça

Criminaliza-se a honestidade...


Vende-se a razão a troco de subornos

Estes são os valores da consciência 

De alguns doutos postos em evidência,

Que servem aos maus hábitos de adornos.

Quando flagrados alegam transtornos

Ou que não houve irregularidade

Porque preza por sua idoneidade

E nem a sua honra desperdiça:

Com as bençãos solenes da justiça

Criminaliza-se a honestidade...


Não há antídoto que cure a ganância

Nem lei robusta que agasalhe o fraco,

Tão pouco um laço que apanhe o velhaco,

Ou o soberbo censurar a arrogância.

O cético deixar a petulância,

A cognição vê Deus com humildade,

O que julga não ter cumplicidade,

Mas o condão da entidade castiça:

Com as bençãos solenes da justiça

Criminaliza-se a honestidade...


Mário Bento de Morais

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