Julguem antes o caráter moral
Do fato imoral, talvez cometido
Pelo vezo há muito adormecido
Nos lábios da regra estrutural
Interconexão de cunho memoral
Fenômeno comum bem acerbado
Na base d’um povo sobrecabado
Que acolhera cultura confluente:
O juízo moral é inconsequente,
Porque julga o homem inacabado!
Fruto da “consciência” coletiva
E logro da tese patriarcal,
Lavra da seara irracional
Que fere toda parte cognitiva
Do homem e se impõe coercitiva
Ao conceito do certo exacerbado
Criando um espírito conturbado
Para a forma do errado incongruente:
O juízo moral é inconsequente,
Porque julga o homem inacabado!
O que é a moral senão quimera
Indecorosa, tirana, malvista,
Saturna, astrosa, farisaísta,
Que cultiva sentimento de fera
Deselegante soberba megera,
Dominante de zelo perturbado
Azorrague social carimbado,
Que faz a vida tornar-se languente
O juízo moral é inconsequente,
Porque julga o homem inacabado.
Induzido a acreditar na moral
Que nascera de sonhos decadentes,
Pontuados por perversos incidentes
Negando ao homem o ser autoral.
Casuísmo vil intertemporal,
Que melindrara o princípio ilibado
Do Deus criador do ser arroubado,
Mas que se tornara um fraco indigente:
O juízo moral é inconsequente,
Porque julga o homem inacabado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário